Fiocruz: desigualdade na vacinação contra covid-19 mostra que pandemia não acabou

RJ e SP têm mais de 80% da população com 1ª dose; Amapá e Roraima não alcançam 65% e apenas 12% estão com 3ª dose

Redação Brasil de Fato

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou nesta sexta-feira (29) mais uma edição do Boletim do Observatório Covid-19 apontando para a manutenção de queda de casos, internações e óbitos pela doença devido aos avanços na vacinação. Mas as desigualdades na imunização pelo país mostram que a pandemia ainda não acabou.

Segundo o relatório, diferentes estados e municípios brasileiros possuem níveis desiguais de cobertura da população pela vacina. Há 83% da população do país vacinada com a primeira dose, 76,8% com o esquema vacinal completo e 40,4% com a dose de reforço, a terceira dose.

Mas a avaliação por estado sinaliza para muitas diferenças: São Paulo se destaca em relação ao tamanho da população e percentuais de pessoas imunizadas – 89,8% da população vacinada com a primeira dose, 85,2% com a segunda e 50,6% com a terceira. Em outro extremo, há estados como Amapá e Roraima, com menos de 65% para a primeira, 50% para a segunda e 12% para a terceira dose.

O Rio de Janeiro tem 81% da população imunizada com a primeira dose da vacina, 73% com a segunda dose e 35% com a terceira dose. No território nacional, foram aplicadas 427 milhões de vacinas, incluindo 1ª, 2ª e 3ª dose.

“Ainda é necessário ampliar a segunda dose e investir em grupos etários que tenham menor adesão à aplicação da vacina. Além disso, é fundamental reforçar a importância e a necessidade da terceira dose, que não pode ser vista apenas como uma dose extra”, alerta o Boletim da Fiocruz.

Nenhum estado apresentou tendência significativa de alta do número de casos e em grande parte deles houve queda na incidência de casos novos. Os cientistas explicam que, apesar das dificuldades de acesso a testes que permanecem em alguns municípios, houve uma redução na taxa de positividade dos testes de diagnóstico por RT-PCR.

SRAG 

A queda de casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) permaneceu em todas as faixas etárias. Nas últimas quatro semanas, a proporção de casos por coronavírus correspondeu a 35% dos casos de SRAG com resultado laboratorial positivo. Esta proporção reduziu significativamente nas semanas recentes, visto que, no período de 2020 e 2021 da pandemia, ela foi superior a 95%.

O documento da Fiocruz informa sobre a contínua redução de leitos para a covid-19 e também a retirada do indicador ou dados para calculá-lo em painéis e boletins de estados como Minas Gerais e Paraná. Comparando dados obtidos nos últimos dias 4 e 25 de abril, a disponibilidade de leitos de UTI SRAG/Covid-19 para adultos no SUS sofreu novas reduções em diversos estados. 

Edição: Eduardo Miranda

Foto: Prefeitura de Contagem/MG

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