Nota do Cimi Regional Sul acerca de abusos policiais contra indígenas Kaingang

A entidade denuncia estar ocorrendo perseguição e discriminação aos Kaingang da região Norte do Rio Grande do Sul

No Cimi

O Conselho Indigenista Missionário – Cimi, Regional Sul, vem a público para denunciar e se manifestar acerca de fatos bastante preocupantes envolvendo policiais militares e indígenas do Povo Kaingang, ocorridos no município de Faxinalzinho, região Norte do estado do Rio Grande do Sul.

De acordo com matérias de jornais, sites na internet, de programas de rádios locais, bem como relatos de lideranças indígenas Kaingang, dão conta de que, no último sábado, 24 de dezembro de 2022, véspera de Natal, durante atividades festivas, na Praça Municipal de Faxinalzinho, houve confusão e brigas entre os presentes. Policiais da Brigada Militar interviram para tentar conter a tumulto. Mas, segundo se noticiou, houve agressões entre indígenas e policiais, resultando em várias prisões.

O que preocupa o Cimi Regional Sul, além das prisões, são os dias subsequentes, onde, conforme denúncia de lideranças indígenas da região, policiais militares, ao identificarem os indígenas nas vias públicas, nos supermercados, lojas e até postos de saúde, promovem abordagens, constrangem, submetem a revistas, impondo que as pessoas fiquem com as mãos nas paredes dos prédios e isso tudo diante da população local.

Esses fatos configuram abuso de poder, constrangimento ilegal e crime de racismo, já que as demais pessoas do município não sofrem qualquer tipo de constrangimento ou abordagem, apenas os indígenas. Ou seja, o caso que se denúncia, indica que está ocorrendo perseguição e discriminação aos Kaingang da região.

O Cimi Regional Sul, diante destes fatos, requer que os órgãos públicos procedam a uma ampla investigação e pede que medidas sejam adotadas no sentido de assegurar, aos Kaingang, seus direitos constitucionais de ir e vir sem qualquer tipo de constrangimento, abordagens descabidas, ou serem molestados e perseguidos por policiais.

Chapecó, SC, 28 de dezembro de 2022.

Conselho Indigenista Missionário – Cimi, Regional Sul

Para MPF, demora na regularização fundiária vem causando prejuízo para os Kaingang e conflitos. (Foto: Divulgação)

 

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