A intensificação da fiscalização e a presença de forças federais de segurança pública não estão sendo suficientes para coibir as ilegalidades ambientais dentro da Terra Indígena Yanomami. Felipe Medeiros abordou no Amazônia Real que os garimpeiros trocaram o dia pela noite para se esconder dos fiscais e manter a prática criminosa.
Durante o dia, os criminosos escondem o maquinário entre as árvores e barrancos para que eles não sejam vistos pelos agentes federais. À noite, aproveitando a penumbra e a diminuição da atividade dos fiscais, os garimpeiros operam até altas horas, perturbando as comunidades indígenas vizinhas.
“É um esquema dos garimpeiros que já perderam muito dos seus maquinários, aviões e combustível. Então eles criaram estratégias para fazer um trabalho de busca de ouro, exploração de ouro à noite”, afirmou Dário Kopenawa, da Hutukara Associação Yanomami. “A gente denuncia e sabe que os garimpeiros são muito espertos. Durante o dia é complicado para eles por causa do monitoramento do IBAMA e da Polícia Federal”.
O Amazônia Real também revelou que uma empresa de propriedade do garimpeiro Rodrigo Martins de Mello, vulgo “Rodrigo Cataratas”, foi contratada pelo Ministério da Defesa para a construção de poços artesianos na Terra Yanomami. O contrato, feito sem licitação, está estimado em R$ 185 mil e foi publicado no Diário Oficial da União no último dia 10. Cataratas é investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal por suspeitas de envolvimento direto com o garimpo no território Yanomami, além de ataques contra o IBAMA.
Em tempo: Na semana passada, o Greenpeace Brasil divulgou um relatório que mostra como o garimpo está utilizando equipamentos avançados, como escavadeiras hidráulicas, para a exploração ilegal de minérios em Terras Indígenas. Só nos territórios Yanomami, Kayapó e Munduruku, houve o registro de 176 equipamentos do tipo entre os anos de 2021 e 2023, a maior parte (75) da marca Hyundai HCE Brasil. A Agência Brasil deu mais informações.
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Foto: Bruno Kelly