Direito ao aborto: “A mulher não é um hospedeiro”

Na contramão da América do Sul, onde as mulheres avançam no direito ao próprio corpo, sociedade brasileira parece paralisada. Enquanto isso, proliferam projetos retrógrados no Congresso e ações criminosas do governo federal

Por CFEMEA

Na semana passada, a Suprema Corte dos Estados Unidos, agora com maioria conservadora, decidiu retroceder a 1973 revogando uma decisão dessa mesma Corte quando entendeu que o direito ao aborto estava implícito no direito de privacidade das pessoas. O direito ao aborto, “uma questão prioritária de direitos humanos das mulheres”1 , não é uma questão menor. É a própria definição do feminismo na luta pela dignidade da mulher, contra a violência e a subordinação que a reduzem a mero objeto reprodutivo pela força do Estado e de certas Igrejas.

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A ilusão de que ser homem bastaria

Somos ensinados desde cedo que a violência contra as mulheres faz parte da história. Parece que para ter direitos minimamente garantidos nesse nosso mundo patriarcal, a única saída possível é nascer homem

por Ynaê Lopes dos Santos*, em DW

Esta semana começou com uma felicidade. No dia 26 de junho, comemoramos os 80 anos de Gilberto Gil, um dos maiores nomes da música brasileira, um dos maiores nomes do Brasil – e um dos melhores ministros que esse país já teve. Até mesmo o Google teve que se curvar à imensidão de Gil, fazendo uma justa homenagem ao homem que compõe e que canta muito do que conhecemos como brasilidade.

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Lista de audiência sobre aborto tem juíza que impediu menina de aborto legal, Bia Kicis e conselheira de Trump

Governo Bolsonaro pretende usar audiência pública como pretexto para dificultar o acesso aos direitos das mulheres

Por Andréia Sadi, no g1

O Ministério da Saúde vai promover nesta terça-feira (28) uma audiência pública que visa, na prática, dificultar o acesso ao aborto legal. O blog pediu ao MS a lista de participantes já que entidades de direitos da mulher procuraram o blog na segunda (27) para informar que não conseguiram acesso à audiência, tendo credenciamento vetado.

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Debora Diniz: “Precisamos romper o ciclo de abuso de poder sobre o aborto”

Para antropóloga Debora Diniz, casos como o da criança estuprada impedida de abortar por juíza estão conectados à criminalização da prática, que gera fanatismo e confusão de papéis entre profissionais de saúde e Justiça

por Edison Veiga, em DW

O caso da criança de 11 anos que, grávida após um estupro, foi pressionada por uma juíza de Santa Catarina a não interromper a gestação tem mobilizado diversos setores da sociedade. Do lado acadêmico, a antropóloga Debora Diniz, professora na Universidade de Brasília (UnB) e referência na luta pela descriminalização do aborto, não se furtou ao debate.

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O avanço do direito ao aborto na América Latina

Na contramão dos EUA, onde um documento vazado mostrou a disposição da Suprema Corte de voltar atrás na decisão que desde a década de 1970 autoriza o aborto, países da América Latina têm avançado nesse direito. A Colômbia foi o último a ter progressos na legislação e descrimininalizou o procedimento até a 24ª semana. Na Argentina, um ano após a aprovação, o desafio ainda é fazer a lei ser conhecida

Juliana Passos – EPSJV/Fiocruz

Nenhum método contraceptivo garante total segurança contra a gravidez. E muitas mulheres têm a prova disso quando o que era para ser um momento de prazer acaba por exigir uma decisão que pode modificar completamente suas vidas: a de prosseguir ou não com uma gestação. Em países em que o aborto é legalizado e o acesso aos medicamentos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é garantido, a interrupção da gestação pode ser feita inclusive em casa, de forma segura. Já quando essa prática se dá na ilegalidade, as mulheres acabam utilizando métodos menos eficazes que geram complicações de saúde sérias. Redes feministas ao redor da América Latina têm pressionado e conquistado o direito ao aborto em seus países, como ocorreu no Uruguai há uma década e, mais recentemente, na Argentina, Colômbia e parcialmente no México. No entanto, o direito a decidir das mulheres permanece sendo um tabu e um grave problema de saúde pública em boa parte do mundo, inclusive no Brasil.

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Ministério cedeu à pressão do movimento antiaborto

por Raquel Torres, em Outra Saúde

MAIS POROSO À PRESSÃO 

O Ministério da Saúde admitiu que a portaria que dificultou as regras para a interrupção legal de gestações foi editada para agradar o movimento antiaborto. A pasta respondeu ao jornal O Globo que foi “provocada” por “entidades da sociedade civil” e pela… Defensoria Pública da União. Isso porque a DPU representou a Associação Virgem de Guadalupe e, ao longo do ano, fez três pedidos para que o Ministério revisasse a portaria que até então estava em vigor, editada em 2005.

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