“Os Sertões”, de Euclides da Cunha: o racista que denunciou um genocídio, Por Fausto Salvadori

Livro que completa 120 anos é a denúncia do massacre de Canudos por um autor que pertencia de corpo e alma ao grupo dos assassinos

Na Ponte

Numa aula em que contou sobre como foi realizar a tradução para o alemão do livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, o professor Berthold Zilly disse que teve receio de como seria a reação dos leitores do seu país, escaldados com a tragédia do Holocausto, ao se depararem com um livro que, logo na primeira página, abria falando em “esmagamento inevitável das raças fracas pelas raças fortes”. (mais…)

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No coração da barbárie. Por Tarso Genro

Quantos mortos ainda precisam ser empilhados, para que os Poderes reajam junto com o povo?

No A Terra é Redonda

“Antes do Congo eu era só um animal”, exclamou o aterrado Joseph Conrad, autor do magnífico Coração nas Trevas (1902), cujo tema nevrálgico no conceito de Vargas Llosa é a dialética entre “civilização” e “barbárie”. A obra gira em torno de Kurz – o pequeno Deus fugaz abrigado nos confins da Selva africana – e Marlow, que “chega na boca do grande rio” e sente a sua cabeça mergulhar na crua solidão da violência. Na selva se filtram e se esmagam os protocolos da guerra, em cujo caminho brilham corpos sem endereço.

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Marildo Menegat: A crítica do capitalismo, em tempos de barbárie

Um professor de Filosofia ligado à “crítica do valor” relança livro e sustenta: Bolsonaro não é aberração, mas a nova norma do sistema; para não sermos tragados por ele, precisamos ler Marx a partir de novas óticas

Por Marco Weissheimer, do Sul21, no Outras Palavras

As crises cíclicas do capitalismo sempre produziram situações destrutivas com regressões à barbárie. Essas crises, porém, não são meramente cíclicas. Elas também vão se acumulando e se tornando cada vez mais crises sistêmicas e estruturais, onde a regressão à barbárie é cada vez mais permanente. Nós já estamos vivendo uma situação de barbárie permanente, onde o sistema insiste em funcionar com a mesma lógica, mesmo que a humanidade e a natureza não sobrevivam a ele. Essa é uma das teses centrais do livro A Crítica do Capitalismo em Temos de Catástrofe (Editora Conseqüência), de Marildo Menegat, professor de Filosofia, do Programa de Pós-Graduação de Políticas Públicas em Direitos Humanos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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