O supremacismo branco, segundo bell hooks

Pensadora vê nesta ideologia a síntese das opressões de raça, gênero e classe. E provoca, em livro recém-lançado no Brasil: antirracismo e feminismo podem ser capturados se, mais que transformar o mundo, buscarem ser reconhecidos*

Por bell hooks, no Outras Palavras

Nos últimos anos, meu trabalho tem se debruçado sobre o papel do amor no combate à dominação. Contemplar os fatores que levam as pessoas a lutar por justiça e a se empenhar em construir uma comunidade me instigou a pensar criticamente sobre o lugar do amor. Não importa se a questão é acabar com o racismo, o machismo, a homofobia ou o elitismo de classe — quando entrevisto pessoas sobre o que as leva a superar o pensamento e a ação dominadores, elas invariavelmente falam de amor, de aprender a aceitar as diferenças em alguém com quem se importam. Falam do enorme desafio de desejar a conexão e a união com alguém radicalmente diferente ou que tenha convicções e opiniões tão distintas que represente uma fonte de estranhamento e conflito, a tal ponto que apenas uma contínua vigilância crítica e cuidadosa pode garantir o contato duradouro. Para muitos desses indivíduos, o que os tem impulsionado na direção do pensamento crítico e da mudança é o envolvimento ativo com movimentos que lutam pelo fim da dominação.

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Cadeia para os executivos da água-mercadoria

Relatório revela o desastre da privatização do saneamento na Inglaterra. Águas estão com níveis chocantes de contaminação. Fiscalização e multas já não intimidam as empresas — e o governo faz vista grossa. Cresce a pressão pública para puni-las

Por Marcos Helano Montenegro, no Outras Palavras

Foi divulgado hoje, 14 de julho, o relatório anual 2021 sobre a poluição por esgotos causadas pelas empresas privadas proprietárias dos serviços de água e esgoto da Inglaterra. Na ocasião, a Agência do Meio Ambiente (EA) informou que as empresas de água inglesas apresentaram níveis chocantes de poluição no ano passado.

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A fome explode e o “agro” planta combustíveis

Lavouras de biodiesel espalham-se e já ocupam área que poderia alimentar 2 bilhões de pessoas. Produção engorda civilização do automóvel enquanto devasta biomas, inflaciona alimentos e expulsa lavradores e indígenas de suas terras

Por George Monbiot*, no The Guardian

O que dizer de governos que, em meio a uma crise alimentar global, preferem alimentar máquinas? Você pode dizer que são loucos, indiferentes ou cruéis. Mas essas palavras mostram-se muito insuficientes quando você quer descrever a queima de alimentos enquanto milhões morrem de fome.

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Dowbor: Como a mídia constrói a alienação econômica

Para imobilizar a sociedade sobre fatos sentidos na pele, corporações apresentam razões distantes, incontroláveis e sem sujeito. Mas basta seguir a cadeia de causalidades para chegar a quem impõe a rapinagem cotidiana sobre nosso bolso

Por Ladislau Dowbor, em Outras Palavras

Inventaram que economia é coisa para economistas, área em que leigos não devem se intrometer. O que era economia política, ou seja, uma simples dimensão das ciências sociais, virou “ciência econômica”. Mas se tem uma coisa que as pessoas precisam entender é precisamente como funciona a economia, pois é da economia que depende o nosso bolso, a condição da nossa família, o emprego, a aposentadoria, a qualidade da escola e da saúde: trata-se de uma dimensão essencial da nossa vida. E todos podem entender. É só pegar as consequências, sentidas na pele, e subir pela cadeia de causalidade.

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O impasse da democracia e o dilema feminista

Não se vencerá o fascismo cortejando os liberais; mas, ao contrário, propondo vida baseada no comum e no cuidado. O feminismo tem um papel – desde que deseje transformar a sociedade, em vez de ver-se “representado” nas estruturas de poder

Por Nuria Alabao, em Nueva Sociedad ! Tradução: Vitor Costa, em Outras Palavras

Que ferramentas o feminismo nos fornece para aprofundar a democracia? O feminismo que alicerça nosso movimento autônomo entende a democracia como algo que está sendo feito continuamente. Ou seja, consideramos que ela precisa de uma sociedade forte e organizada que pressione constantemente pela redistribuição de poder e recursos. Seu sujeito político é configurado por uma soma de lutas em curso.

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Professores de faculdades privadas: categoria em extinção?

Efeito da financeirização, do EaD e sob ataque dos empresários do setor, professores de faculdades privadas são hoje categoria em extinção. Mas será que queremos uma educação sem professor?

Por Andrea L. Harada Sousa, Gabriel Teixeira e Plínio Gentil, no Diplomatique Brasil

Então entendemos o novo sistema, a redução brutal da carga horária total dos cursos, professores dando aulas para 150 alunos remotamente, reajuste de 11,2% com redução do quadro dos professores e redução de carga horária, inclusive a redução do uso das instalações da universidade. Entendemos o novo sistema e também entendemos o que acontece quando educação vira mais uma pasta no portfólio de ações de um conglomerado. O novo sistema assim é, em síntese, a precarização do ensino e do trabalho.
(Lucas, estudante de quiropraxia na Anhembi-Morumbi em audiência pública no dia 11/04/2022)

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Quanto custa o gratuito? Como universidades brasileiras se tornaram reféns do Google

Newsletter do The Intercept Brasil, por Tatiana Dias e Paulo Victor Ribeiro

Daqui a dois meses, milhares e milhares de arquivos de universidades brasileiras podem correr risco. O Google passará a limitar o armazenamento do Google Workspace for Education, pacote de programas fornecidos gratuitamente a universidades e escolas, a partir de julho deste ano. 

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