Dowbor: Como a mídia constrói a alienação econômica

Para imobilizar a sociedade sobre fatos sentidos na pele, corporações apresentam razões distantes, incontroláveis e sem sujeito. Mas basta seguir a cadeia de causalidades para chegar a quem impõe a rapinagem cotidiana sobre nosso bolso

Por Ladislau Dowbor, em Outras Palavras

Inventaram que economia é coisa para economistas, área em que leigos não devem se intrometer. O que era economia política, ou seja, uma simples dimensão das ciências sociais, virou “ciência econômica”. Mas se tem uma coisa que as pessoas precisam entender é precisamente como funciona a economia, pois é da economia que depende o nosso bolso, a condição da nossa família, o emprego, a aposentadoria, a qualidade da escola e da saúde: trata-se de uma dimensão essencial da nossa vida. E todos podem entender. É só pegar as consequências, sentidas na pele, e subir pela cadeia de causalidade.

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O impasse da democracia e o dilema feminista

Não se vencerá o fascismo cortejando os liberais; mas, ao contrário, propondo vida baseada no comum e no cuidado. O feminismo tem um papel – desde que deseje transformar a sociedade, em vez de ver-se “representado” nas estruturas de poder

Por Nuria Alabao, em Nueva Sociedad ! Tradução: Vitor Costa, em Outras Palavras

Que ferramentas o feminismo nos fornece para aprofundar a democracia? O feminismo que alicerça nosso movimento autônomo entende a democracia como algo que está sendo feito continuamente. Ou seja, consideramos que ela precisa de uma sociedade forte e organizada que pressione constantemente pela redistribuição de poder e recursos. Seu sujeito político é configurado por uma soma de lutas em curso.

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Professores de faculdades privadas: categoria em extinção?

Efeito da financeirização, do EaD e sob ataque dos empresários do setor, professores de faculdades privadas são hoje categoria em extinção. Mas será que queremos uma educação sem professor?

Por Andrea L. Harada Sousa, Gabriel Teixeira e Plínio Gentil, no Diplomatique Brasil

Então entendemos o novo sistema, a redução brutal da carga horária total dos cursos, professores dando aulas para 150 alunos remotamente, reajuste de 11,2% com redução do quadro dos professores e redução de carga horária, inclusive a redução do uso das instalações da universidade. Entendemos o novo sistema e também entendemos o que acontece quando educação vira mais uma pasta no portfólio de ações de um conglomerado. O novo sistema assim é, em síntese, a precarização do ensino e do trabalho.
(Lucas, estudante de quiropraxia na Anhembi-Morumbi em audiência pública no dia 11/04/2022)

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Quanto custa o gratuito? Como universidades brasileiras se tornaram reféns do Google

Newsletter do The Intercept Brasil, por Tatiana Dias e Paulo Victor Ribeiro

Daqui a dois meses, milhares e milhares de arquivos de universidades brasileiras podem correr risco. O Google passará a limitar o armazenamento do Google Workspace for Education, pacote de programas fornecidos gratuitamente a universidades e escolas, a partir de julho deste ano. 

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Por um decrescimento ecossocialista. Por Michael Löwy, Giorgos Kallis, Sabrina Fernandes e Bengi Akbulut

No IHU

decrescimento ecossocialista “é muito mais do que uma mudança nas formas de propriedade; é uma  transformação civilizacional, uma nova forma de vida baseada nos valores da  solidariedadedemocraciaigualdadeliberdade e respeito pela Terra. O decrescimento ecossocialista sinaliza uma nova civilização que rompe com o produtivismo e o consumismo, em prol da redução do tempo de trabalho”, escrevem Michael LöwyGiorgos KallisSabrina Fernandes e Bengi Akbulut, em texto publicado no Viento Sur, 30-04-2022. A tradução é do Cepat.

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A crise planetária e o resgate da democracia

Sua recente forma neoliberal é a mais contraditória e perversa – pois mascara a oposição entre poder popular e mercado e produz a crise ambiental e social sem precedentes. A vigilância é a pá de cal em sua ilusão de liberdade. Como reverter este processo?

“O progresso na ciência e na tecnologia é um fato, ao passo que o progresso na ética e na política é uma ficção. (…) Os velhos demônios regressam, geralmente com novos nomes. O que vemos como características inalteráveis da vida civilizada se desvanece em um piscar de olhos.”
John N. Gray

Por Antonio Sales Rios Neto*, em Outras Palavras

Para qualquer observador que não seja tão apegado às suas mais petrificadas convicções acerca do que move o mundo, e que tenha um conhecimento mínimo dos crimes e das loucuras que acompanharam a longa e penosa aventura humana – desde quando o Homo sapiens começou a se conformar à condição de uma vida civilizada, após a revolução neolítica ocorrida há cerca de 12 mil anos –, os acontecimentos deste alvorecer de milênio nos dizem de forma inequívoca que estamos, novamente, deslizando para uma profunda crise. No entanto, desta vez, ela se apresenta como uma crise de alcance global e, assim, indica ter desdobramentos cujos reflexos poderão perdurar por milhares e milhares de anos, ou até mesmo nos induzir a imaginar que inauguramos uma fase terminal para a conflituosa história da civilização. Porém, as raízes dessa crise, sobre as quais refletiremos adiante, já estava inscrita na própria dinâmica do processo civilizatório, que nos arrastou até a atual perspectiva de um colapso social e ambiental iminente com o qual nos defrontamos no presente, prenúncio de uma insondável agonia planetária já para os próximos 10 a 20 anos.

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