TFFF: por que não devemos celebrar o colonialismo verde sobre nossas florestas?

Apresentada na COP 30, proposta encabeçada pelo Brasil representa uma significativa ampliação da financeirização da natureza e não é uma saída para a crise ambiental

Da Página do MST

Ontem, durante a Conferência das Partes, o Governo Brasileiro lançou oficialmente o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Esta é a principal proposta do Brasil para a COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorre em Belém. (mais…)

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A pedra de Edward Said contra o colonialismo. Por Fernando Pureza

O destacado intelectual palestino Edward Said faleceu neste dia em 2003. Para Said, o intelectual deveria ter compromisso político com suas teses – e as dele demoliam o arcabouço ideológico que sustentava o imperialismo no Oriente Médio.

Na Jacobina

No dia 7 de julho deste ano, uma articulista do periódico americano Newsweek publicou uma estranha “homenagem” a Edward Said, chamando-o de “profeta da violência política nos Estados Unidos”. O texto, repleto de clichês pejorativos contra muçulmanos – embora Said viesse de uma família de cristãos protestantes – acusava o crítico literário palestino, apontado como uma “super-estrela da esquerda radical”, de “niilismo intelectual” e de “manipular os estudantes para que eles se engajassem em violência política”. O que leva a articulista da Newsweek arremeter contra Said é um incidente na fronteira entre Israel e Líbano, no ano de 2000, quando o intelectual foi fotografado arremessando uma pedra contra uma torre de vigia israelense. A pedra de Said contra Israel seria um prenúncio dos protestos confrontacionais que tomaram as ruas das grandes cidades dos Estados Unidos nos últimos tempos. (mais…)

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Para descolonizar a Universidade brasileira

Elogiado por Marx e Freud, George Cabanis influenciou a Educação francesa e, por tabela, a brasileira. Mas é quase desconhecido aqui. Examinar sua obra pode ser decisivo para desvendar e superar o colonialismo em nosso ensino superior

Por Naomar Almeida-Filho, em Outras Palavras

Para Ailton Krenak, primeiro doutor indígena da arcana Universidade Federal da Bahia

A colonialidade desse peculiar espaço de produção e reprodução de sujeitos, saberes tácitos, relações sociais e culturais que hoje se chama de Universidade se evidencia no discurso oficial, no arcabouço normativo, em rituais acadêmicos, nas grades curriculares e práticas cotidianas de seus agentes. Interessado na formação histórica da universidade brasileira, particularmente suas raízes franco-lusitanas, tenho buscado explorar vestígios e cicatrizes do elitismo e do racismo estruturais que conformam sua institucionalidade dita meritocrática. (mais…)

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Terra e corpo em risco: violência mais que dobra quando a vítima é mulher indígena no MA

Levantamento mostra que em 2024 agressões contra mulheres indígenas foram 145% maior do que em não-indígenas no Maranhão

Por Gisa Carvalho, Layane Jamille Garcêz Santos, Sarah Fontenelle Santos, Sylmara Durans, Agência Pública

Uma mulher indígena tem 2,4 vezes mais chance de sofrer algum tipo de violência do que uma mulher não-indígena no Maranhão. Quando tratamos de dados absolutos, o índice de violência contra mulheres no Estado é de 117,5 por 100 mil habitantes. No caso das mulheres indígenas, são 288 vítimas a cada 100 mil, ou seja, um valor 145% maior. (mais…)

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Autonomia africana. Por José Luís Fiori

Os recursos naturais, a disputa geopolítica, e a luta pela soberania africana

Em A Terra é Redonda

1.

A África é o segundo maior continente do mundo, com cerca de 1 bilhão e meio de habitantes, ou seja,18,83% da população mundial. São nove territórios e 57 Estados independentes, divididos em cinco grandes regiões, e é comum separá-las em dois grandes blocos: a África do Norte, predominantemente arábica, e a África Negra ou Sub-Sahariana, ao sul do Sahel. (mais…)

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O sofrimento palestino, à luz de Fanon

O psiquiatra e revolucionário martinicano nunca visitou o território. Mas suas ideias são uma ferramenta poderosa para pensar a saúde mental dos que vivem sob a ocupação israelense, propõe estudiosa palestina. Leia trecho de obra recém-lançada pela Ubu

Por Samah Jabr e Elizabeth Berger, Outra Saúde

Que saúde mental é possível quando se vive sob ocupação há 80 anos? Não só por meio da violência física direta o colonialismo israelense fere e mata os palestinos. Como observou o médico martinicano Frantz Fanon, em contextos assim, a opressão colonial se entrelaça em (e, muitas vezes, origina) cada situação de sofrimento. Em seu tempo, ele “entendeu, à luz da tradição de Marx e Engels, porém reforçada pelos instrumentos do século XX da tradição freudiana, que a escravização física de seres humanos acontecia simultaneamente à escravização de suas almas por meio da perda de suas histórias, dignidade e autonomia”, observam as autoras do texto que publicamos hoje. Por isso, apesar de Fanon nunca ter visitado a Palestina, suas ideias permitem “ler as entrelinhas do manual do opressor e desenvolver uma psicologia da libertação genuinamente robusta”, elas argumentam. (mais…)

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Cada povo tem o novo que merece (Nei Lisboa). Por Leonardo Melgarejo

No Brasil de Fato

Parece que algumas máscaras caíram de vez.

Mas isso não significa que podemos relaxar. Ao contrário, precisamos entender os desafios que se agigantam com as vitórias desta semana. E elas não foram pequenas – mas tampouco são definitivas.

Afinal, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que, respeitada a constituição federal, o ajuste no IOF é atribuição do executivo, e isso esvaziou aquele boicote à governabilidade que vinha sendo liderado pela dupla Hugo Motta e Davi Alcolumbre. (mais…)

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