O psiquiatra e revolucionário martinicano nunca visitou o território. Mas suas ideias são uma ferramenta poderosa para pensar a saúde mental dos que vivem sob a ocupação israelense, propõe estudiosa palestina. Leia trecho de obra recém-lançada pela Ubu
Por Samah Jabr e Elizabeth Berger, Outra Saúde
Que saúde mental é possível quando se vive sob ocupação há 80 anos? Não só por meio da violência física direta o colonialismo israelense fere e mata os palestinos. Como observou o médico martinicano Frantz Fanon, em contextos assim, a opressão colonial se entrelaça em (e, muitas vezes, origina) cada situação de sofrimento. Em seu tempo, ele “entendeu, à luz da tradição de Marx e Engels, porém reforçada pelos instrumentos do século XX da tradição freudiana, que a escravização física de seres humanos acontecia simultaneamente à escravização de suas almas por meio da perda de suas histórias, dignidade e autonomia”, observam as autoras do texto que publicamos hoje. Por isso, apesar de Fanon nunca ter visitado a Palestina, suas ideias permitem “ler as entrelinhas do manual do opressor e desenvolver uma psicologia da libertação genuinamente robusta”, elas argumentam. (mais…)
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