As feridas abertas das violações sofridas pelas mulheres na ditadura brasileira

Por Inês Virgínia Prado Soares e Lucia Elena Arantes Ferreira Bastos*, no MPU

No Brasil, passamos por uma ditadura entre 1964 e 1985. Esse período foi marcado por supressão de direitos e práticas estatais de graves violações de direitos humanos, com ampla repressão contra cidadãos vistos como opositores ao regime militar. Entre as pessoas reprimidas, muitas mulheres sofreram prisões, desaparecimentos forçados, torturas, exílios, homicídios, banimentos, estupros e outras violências. Mas, passados mais de 30 anos, a ferida não cicatrizou. (mais…)

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Sindicato cria Comissão da Verdade da Escravidão Negra no DF e Entorno

Bancários DF

Um resgate da verdadeira história da escravidão negra. Este é o principal objetivo da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no DF e Entorno, criada pelo Sindicato e que tomou posse nesta segunda-feira (9). São 35 integrantes, entre advogados, historiadores, sociólogos, jornalistas, educadores, filósofos, artistas, estudantes, militantes de direitos humanos e líderes religiosos cristãos e de matriz africana, dispostos a lutarem por reparações das injustiças sofridas por esse povo.

O presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, garantiu total apoio à Comissão e observou que o trabalho proposto pelos seus integrantes ajudará a desmistificar o preconceito dentro da própria categoria. E ainda sugeriu a criação de uma revista com os dados coletados por meio de pesquisas e outras atividades desenvolvidas, nos moldes da edição especial da Extratos, uma coletânea do trabalho desenvolvido pela Comissão da Verdade sobre a Ditadura Militar. (mais…)

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Consequências nefastas da ditadura: passado que não deve ser esquecido

Gean Rocha – Adital

Durante seu mandato de dois anos e oito meses, a Comissão da Verdade do Rio (CEV-Rio) trabalhou para esclarecer as violações de direitos humanos durante a ditadura de 1964-1985, no âmbito do Estado Rio de Janeiro. Esta comissão foi criada pela Lei nº 6.335/2012 para esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas pelo Estado, no período entre 1946 e 1988, contribuindo para efetivar o direito à memória e à verdade histórica.

A CEV-Rio dedicou-se ao esclarecimento de casos de prisão ilegal, tortura, morte, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver, ocorridos no Estado, especialmente a partir do golpe de 1964. E procurou identificar as estruturas, os locais e as instituições relacionadas às sistemáticas violações de direitos humanos. (mais…)

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“O ódio. Eu não consigo, até agora, entender de onde vinha tanto ódio”, por Leonardo Sakamoto

No Blog do Sakamoto

“O ódio. Eu não consigo, até agora, entender de onde vinha tanto, tanto ódio.”

A dúvida de Maria Aparecida bem caberia na polarização tacanha de 2016, em que deixamos de nos reconhecer como semelhantes simplesmente por pensarmos diferente, passamos a enxergar inimigos em cada esquina. Mas é mais antiga.

Durante as sessões de tortura realizadas no 36o Distrito Policial (local que abrigou a Oban e, posteriormente, o DOI-Codi, na capital paulista), durante a ditadura civil-militar, os vizinhos do bairro residencial do Paraíso reclamavam dos gritos de dor e desespero que brotavam de lá. (mais…)

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Comissão Camponesa da Verdade lança relatório final

Com representantes de organizações e movimentos sociais, representações sindicais e pesquisadores, o Relatório Final da Comissão Camponesa da Verdade – Violação de Direitos no Campo 1946-1988 – foi lançado ontem (17) pela manhã, durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado

Cristiane Passos – CPT Nacional

Cleia Porto, representante da Contag, retomou o processo de formação da equipe responsável pela elaboração do relatório e pela retomada da memória de camponeses e camponesas, vítimas de violações durante a ditadura militar. A ideia da criação de uma comissão que demandasse à Comissão Nacional da Verdade a inserção desses grupos no relatório veio após a realização do Encontro Unitário dos Povos das Águas, do Campo e da Floresta, em 2012. “Mesmo com as limitações foi um esforço necessário, pois fez com que na Comissão da Verdade fossem levados em conta os camponeses assassinados nesse período. Os camponeses e camponesas, junto com os indígenas, foram os mais invisibilizados nesse processo de reparação da memória da luta. E o nosso trabalho não acabou, ainda temos muito o que fazer para garantir uma reparação”. (mais…)

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Professor diz que Anísio Teixeira pode ter sido morto por torturadores

Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil

O relatório que coloca em dúvida a versão inicial da morte do educador baiano Anísio Teixeira foi apresentado hoje (11), em Salvador, 45 anos depois que um laudo da polícia atestou que ele morreu em um acidente, no Rio, cidade onde morava. O relatório indica que Anísio Teixeira pode ter sido morto por torturadores.

Anísio Teixeira foi um escritor e educador brasileiro. Ao lado de Darcy Ribeiro, fundou a Universidade de Brasília, da qual foi reitor em 1963. No dia de sua morte, ele saiu da Fundação Getúlio Vargas, onde trabalhava, e foi andando até o prédio onde morava Aurélio Buarque de Hollanda, no Edifício Duque de Caxias, no bairro de Botafogo. Lá, conversariam sobre a candidatura de Teixeira para a Academia Brasileira de Letras. (mais…)

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A verdade vai sendo desenterrada no grande sertão

Mais que investigar crimes da ditadura, Comissão da Verdade do Grande Sertão, no norte de Minas Gerais, irá às origens das injustiças fundiárias e ajudará povos tradicionais a retomar o seu lugar

por Ana Mendes, texto e fotos, para a Revista do Brasil / Rede Brasil Atual

Tiros na boca da noite. Em 1967, um grupo de camponeses no sertão mineiro resolveu resistir e lutar pela terra. Seis foram assassinados. “A gente só queria trabalhar, tudo trabalhador”, conta Ursulino Pereira Lima, o seu Sula, hoje com 94 anos. Além dele, restam poucos para narrar os fatos do episódio que ficou conhecido como o Massacre dos Posseiros de Cachoeirinha, em Verdelândia, norte de Minas Gerais. O velho Jadé de Paula, estirado na cama, com câncer de estômago, quer falar, mas só lhe sai uma palavra por vez – o que cabe em uma tragada de ar. Tinha polícia fardada lá? “Muita.” Jadé morreria dois dias depois de conversar com a reportagem, em 3 de setembro. Mas sua história está agarrada. Enraizou. (mais…)

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