Ética em pesquisa: por que garantir o controle social

Conselho Nacional de Saúde protagonizou a regulamentação da proteção de participantes de pesquisas científicas. O Conep, comitê nacional, estrutura os debates e comitês em todo o país. Mas nova lei suprime sua atuação, fragilizando a participação popular

Por Luiza Brazuna, Outra Saúde

A Lei 14.874/2024, conhecida como “Lei de Pesquisa Clínica” e apelidada “PL das Cobaias” por alguns de seus críticos, completa, neste mês de agosto, um ano de vigência. Proposto há uma década na Câmara dos Deputados, o projeto, que institui o Sistema Nacional de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, passou por diversas modificações até finalmente ser aprovado em 28 de maio de 2024. Ainda assim, a última versão do texto passa ao largo do ideal. (mais…)

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Como reverter o apagamento das culturas indígenas nos currículos escolares

Estudo realizado na UFPR registra o que estudantes da educação básica deixam de aprender sobre esses povos tradicionais, mas aponta que docentes podem romper com o pensamento colonial por meio de uma educação antirracista baseada em epistemologias indígenas

por Jéssica Tokarski, Ciência UFPR

De incontestável importância para o Brasil, as histórias e culturas dos povos indígenas ainda padecem de um silenciamento nas matrizes curriculares do país, mesmo após a promulgação da Lei nº 11.645/2008, que amplia a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio. (mais…)

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Flipei chega à sua 2ª edição em São Paulo

Em Autonomia Literária

Caminhando contra a tendência dos grandes eventos literários do Brasil, a Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei) chega à sua 2ª edição em São Paulo (sendo a 7ª já realizada) com uma dinâmica inédita de gratuidade não só para o público, mas para editoras, livrarias e autores independentes. Será a primeira festa do livro independente com expressão nacional que contará com publicadores de todas as regiões do país. Em tempos de elitização dos grandes festivais, a FLIPEI reafirma seu compromisso radical com a democratização do livro e do pensamento. (mais…)

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ESMPU oferece curso livre sobre “Violações de Direitos Humanos por empresas e a atuação do Ministério Público”

A Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) abriu inscrições para o curso “Violações de Direitos Humanos por Empresas e a Atuação do Ministério Público”. O curso conta com dez aulas, sendo três de base teórica e sete com abordagem prática, apresentando casos concretos de violações de direitos humanos por empresas e a atuação do Ministério Público nesses contextos.

Trata-se de uma oportunidade única para quem deseja aprofundar a compreensão sobre o impacto das atividades empresariais nos direitos humanos e conhecer melhor a atuação do MP na prevenção, mitigação e responsabilização por violações. O curso oferece ferramentas teóricas e práticas para lidar com a complexidade das relações entre empresas, desenvolvimento econômico e justiça social, fortalecendo a proteção dos direitos das pessoas e comunidades e promovendo um modelo de crescimento alinhado aos princípios do Estado Democrático de Direito. (mais…)

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‘A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram’. Por Sylvia Debossan Moretzsohn

Efeito fura-bolha de “Ainda estou aqui”, agora com a conquista do Oscar, exige recordar o discurso de Ulysses Guimarães e rechaçar anistia a torturadores.

No Come Ananás / Substack

— Olha, olha, olha!

Na TV, um noticiário sobre Rubens Paiva. Neste 2014, apareciam todos os dias notícias sobre o caso Rubens Paiva. Todos os dias, novidades. Ela sentadinha inerte na cadeira de rodas. Apareceram fotos dele de arquivo na tela. Era a foto do seu ex-marido, era o nome dele, falavam dele, desvendavam segredos sobre a morte dele:

— Olha, olha, olha!

Ela olhava. Com lágrimas. Ouviu a notícia. Começou a dizer baixinho:

— Tadinho, tadinho, tadinho…

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Leonardo Sakamoto: “Vitória de ‘Ainda Estou Aqui’ provoca ranger de dentes em golpistas”

No UOL

Como era de se esperar, a vitória de “Ainda Estou Aqui” como Melhor Filme Internacional fez a alegria dos dentistas devido ao ranger de dentes entre fãs da ditadura e golpistas que torciam contra o filme de Walter Salles. Enquanto boa parte do Brasil celebrava, recibos eram passados à exaustão na lojinha do X na madrugada desta segunda (3).

Não me entendam mal, ninguém é obrigado a gostar do filme, do diretor, dos atores, do roteiro, de cinema, da vida. A questão é a razão pela qual “Ainda Estou Aqui” atrai tanto ódio na extrema direita. (mais…)

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Os mercadores globais do saber

Um olhar sobre o oligopólio das revistas científicas. Como desviam recursos da pesquisa, cobrando (até R$ 73 mil!) para que cientistas publiquem artigos ou para que o público os leia. A alternativa da Ciência Aberta e o esforço para sabotá-la

por Sabine Pompeia, Outras Palavras

O ano de 2025 pode trazer mudanças na ciência internacional. Novas iniciativas prometem dar um basta na exploração comercial de conhecimentos científicos que é exercida por um oligopólio internacional de editoras científicas. Tais empresas controlam o acesso a este conhecimento cobrando taxas crescentes para leitura de artigos científicos que elas publicam; cobram também para disponibilizar esses artigos de forma aberta em suas plataformas digitais. Isso tem drenado recursos públicos que financiam a maior parte dos estudos científicos internacionalmente. Ao invés de atender a interesses privados, tais valores poderiam ser empregados para fazer novas pesquisas, em especial em países que investem pouco em ciência e tecnologia, como o Brasil. Com o intuito de alterar este cenário, a partir do ano que entra, o governo do Japão e uma das maiores filantropias para a ciência, a Fundação Bill e Melinda Gates, dos Estados Unidos, exigirão que os resultados de todas as pesquisas que financiam tenham acesso gratuito e não pagarão mais taxas a editoras comerciais para que isso aconteça. (mais…)

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