Por que mulheres ficaram contra a vítima de estupro coletivo no Rio?

Dupla de advogados tenta responder por que parte da sociedade ainda culpa a jovem pelo crime

Marina Rossi – El País

“A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil e a culpa nunca é da vítima”. A voz, saída de um megafone no entardecer na avenida Paulista na última quarta-feira, deu início a uma marcha – de mulheres em sua maioria – contra o machismo e em protesto ao estupro coletivo de uma jovem de 16 anos ocorrido no Rio de Janeiro na semana passada. A segunda informação da frase que abriu a marcha – “a culpa nunca é da vítima” – deveria ser óbvia. Mas não é. (mais…)

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Entre a manipulação da Bíblia e a posse da Vagina, por Eliane Brum

Os protestos contra a cultura do estupro apontam para onde se movem os Brasis e onde de fato está a oposição

No El País Brasil

O levante das mulheres contra a cultura do estupro no país governado pelo interino Michel Temer (PMDB) e pelo Congresso mais retrógrado desde a redemocratização forma o retrato mais preciso desse momento histórico tão particular do Brasil. A oposição atual não é entre um governo chamado de “golpista” e um governo que já foi apresentado como “popular”. Ou entre a presidente afastada pelo processo de impeachment e o vice que conspirou para afastá-la. O embate é entre o Brasil que emergiu das manifestações de junho de 2013 e o Brasil que se agarra aos privilégios de classe, de raça e de gênero. É esse o confronto político mais amplo que determina o curso dos dias.

Nem Temer, PMDB e partidos aliados representam todas as forças conservadoras de um lado, nem Dilma Rousseff, Lula e o PT são capazes de representar o outro campo. Como a Operação Lava Jato já mostrou, com todas as críticas que se pode – e se deve – fazer aos seus flagrantes abusos e aos personalismos inaceitáveis de alguns servidores públicos, PMDB e PT são, em alguns aspectos cruciais, mais semelhantes do que diferentes. Em alguns aspectos, obviamente não todos, mais sócios que se desentenderam do que opositores de fato políticos, no que a política tem de mais profunda, que é a sua potência transformadora. É fundamental compreender onde de fato está a oposição hoje, para além do Impeachment x Golpe. (mais…)

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“Estupro não é consequência de desemprego ou ingestão de álcool”

Jacira Melo, do Instituto Patrícia Galvão, rebate as afirmações do Secretário da Segurança de São Paulo de que casos de estupro estariam relacionados à crise econômica

Por Tatiana Merlino, em Ponte

“Estupro não é consequência de desemprego ou da ingestão de bebidas alcoólicas, é uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres, uma violência que agride e aliena uma pessoa do que ela tem de mais íntimo – o seu próprio corpo”, afirma Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, rebatendo as declarações do recém-empossado secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho. (mais…)

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Mulheres, política e violência

“Nossa mulher, graças a Deus, é essencialmente caseira e doméstica e é no lar que ela exibe suas boas e más condições. É ali que reside a sua força e sua graça. Os que ainda temos algo, ainda que pouco, de latinos não queremos, não toleraremos, a mulher politiqueira, a mulher de ação oradora, jornalista ou redentora do povo”
(Armando Silano, El Tiempo, Bogotá, 03/08/1935)1

Flávia Biroli* – Blog da Boitempo

Existe alguma relação entre o ministério sem mulheres de Michel Temer e o recente estupro coletivo da adolescente de 16 anos, no Rio de Janeiro, além do fato de ambos terem despertado forte reação nos movimentos de mulheres no Brasil? (mais…)

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Mulheres vitimas de estupro, o que os números dizem?

Emanuelle Goes* – População Negra e Saúde

33 homens
33 homens esperando
33 homens esperando a novinha
33 homens esperando a novinha pro abate
Carne fresca no mercado
As vezes em promoção é mais barata
Depois de passada
Descarta-se
Ela segue morta

Demorei um pouco para escrever sobre esta temática para o blog, a cultura do estupro, ainda estava digerindo tudo que aconteceu sobre o estupro coletivo, fiquei pensando sobre o que iria escrever, pois as minhas irmãs muitas delas já tinham escrito e falado por mim, no entanto inquieta continuei. (mais…)

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Duas visões: o horror do estupro coletivo

A antropóloga Alba Zaluar e a professora Barbara Nascimento, que mora no Vidigal (RJ), escrevem sobre a violência sexual cometida contra adolescente de 16 anos, no Rio

Em Márcia Peltier/Ponte Jornalismo

Os abusos

Alba Zaluar*

Outro dia um repórter me perguntou o que poderia mudar o quadro da segurança pública no Rio de Janeiro. E eu respondi que teria que ser algo dramático para deixar claros os erros e as narrativas tortuosas que os escondiam. Talvez a menina estuprada por 33 homens ligados à boca de fumo de uma favela na Zona Oeste seja o que vai nos permitir entender melhor o que acontece e propor políticas públicas mais eficientes. (mais…)

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As vozes da multidão que grita contra a cultura do estupro em São Paulo

Milhares de mulheres e homens foram à Paulista em protesto contra o estupro coletivo no Rio. O EL PAÍS colheu depoimentos dos que marcharam contra a “ditadura do medo do machismo”

Marina Rossi – El País

“Nós, da primavera feminista, viemos dar um recado: a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil e a culpa nunca é da vítima”, gritaram elas, em jogral, diante do Masp na av. Paulista em São Paulo. Foram as vozes multiplicadas que deram o início à marcha de uma multidão de mulheres e homens nesta quarta-feira para protestar contra o machismo e lembrar do estupro coletivo sofrido por uma adolescente no Rio de Janeiro da semana passada. (mais…)

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