Estupro, ato político

Retrospecto histórico da violência machista revela: cultura da mulher como objeto vem do escravismo e é alimentada até hoje por elites que jamais saíram da Casa Grande

Por Inês Castilho – Outras Palavras

A cada 11 minutos uma mulher ou menina é estuprada nalgum lugar do Brasil, por um ou mais homens. Numa cidadezinha do Piauí ou na maior metrópole do país. Em casa ou na rua. Com saia curta, calça comprida ou roupa de mãe de santo. Uma ínfima parte desses crimes chega ao nosso conhecimento, como revela pesquisa do Ipea. (mais…)

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Ato reúne milhares de mulheres no Rio contra cultura do estupro

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil

Um ato contra a cultura do estupro reuniu pelo menos 5 mil pessoas no início da noite de ontem (1º), no centro do Rio de Janeiro. A concentração ocorreu na Igreja da Candelária e seguiu em passeata pela Avenida Presidente Vargas até a Central do Brasil. A estimativa de público é da organização do ato. A Polícia Militar (PM) ressaltou apenas que “o metro quadrado está muito denso”.

Com muitas faixas, cartazes, instrumentos musicais e gritos de ordem, as mulheres diziam: “Eu não me dou ao respeito porque ele é meu por direito”, “Meu corpo, minhas regras”, “A culpa não é da vítima”, “Não é o tamanho da nossa saia que envergonha a sociedade, mas o tamanho do seu machismo”, “O estuprador não é doente mental, ele é filho saudável do patriarcado” e “O feminismo nunca matou ninguém, o machismo mata todos os dias”, entre outros. (mais…)

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Carta do EXTRA aos leitores que não viram um estupro no estupro

Extra

O EXTRA foi o primeiro jornal a denunciar as violências sexuais sofridas por uma menor de 16 anos no Morro do Barão, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Desde a primeira notícia, publicada às 17h16 do dia 25 de maio, tratamos o caso como estupro. Na edição impressa, no dia seguinte, a manchete usou a expressão “estupro coletivo”. A notícia e abordagem do EXTRA geraram polêmica, e milhares de leitores criticaram o jornal nas redes sociais porque não acreditam que a jovem tenha sido vítima de violência. Ao contrário. Muitos garantem que a notícia está distorcida porque a menina, sim, teria sido a única responsável pelo que aconteceu.

Reunimos em tópicos a essência das críticas recebidas e compartilhamos nossos argumentos. Senta, que lá vem textão. (mais…)

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Morte do que há de humano em nós

“Quando uma pessoa que ostenta, a sério ou de brincadeira, ter estuprado uma mulher, chamando-a reiteradamente pelo nome de “mãe de santo”, é recebida com pompa e circunstância pelo novo ministro da Educação, apresentando ao governo propostas retrógradas e inúteis, algo de sinistro paira no ar’, constata Noemi Jaffe, escritora e professora, em artigo publicado por Folha de S. Paulo. Segundo ela, “não há mais ar, e o que era sinistro se anuncia como a própria morte: da educação, dos direitos humanos e da tolerância, das reivindicações mais básicas do feminismo e do que há de humano em nós”

IHU On-Line

O novo ministro da Educação, Mendonça Filho, recebeu, no dia 25 de maio, visita do ator Alexandre Frota, que apresentou na ocasião propostas para a educação brasileira. Diante da repercussão que o encontro atingiu nas redes sociais, o ministro justificou que o ministério está aberto a quem o requisitar. (mais…)

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Nova secretária de mulheres é evangélica e contra o aborto

Apresentada nesta terça-feira, 31, como a nova gestora da Secretaria de Políticas para Mulheres, a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) é evangélica e não concorda com a descriminalização do aborto. Ela já se manifestou contra o procedimento inclusive em casos de estupro, o que é permitido por lei no Brasil desde 1984

Estadão / IHU On-Line

Com perfil que destoa das posturas de suas antecessoras – que tinham pautas mais liberais e alinhadas às do movimento feminista – a nova secretária, socióloga e deputada federal por 20 anos, de 1991 a 2011, não levanta “bandeiras contrárias aos valores bíblicos”, como o aborto e a constituição livre de família. Ela assume o cargo dias após o caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro, que motivou protestos de mulheres em todo o País. (mais…)

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Mulheres protestam no Congresso Nacional contra cultura do estupro

Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil

Um grupo de mulheres fez um protesto ontem (31) no Congresso Nacional contra a cultura do estupro. Com cartazes e faixas com os dizeres “Nenhuma mulher merece ser estuprada”, “Mexeu com uma, mexeu com todas” e “Pelo fim da cultura do estupro”, as manifestantes procuraram chamar a atenção dos parlamentares para a importância do combate à violência e da sociedade para os constantes casos de abuso ocorridos no Brasil.

A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) chamou atenção para o caso da adolescente estuprada por vários homens em uma casa no alto do morro São José Operário, na zona oeste do Rio, há cerca de 10 dias. “Aquele estupro coletivo é algo que nos envergonha, a imagem do Brasil no mundo todo está manchada. Estamos aqui indignadas, querendo solução no que diz respeito à integridade física e psicológica das mulheres brasileiras”, afirmou a deputada, em discurso logo após a entrada das manifestantes no plenário da Câmara para abrir uma faixa em protesto contra a cultura do estupro. (mais…)

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A Justiça no Brasil não é divina, é feminina

A incompetência do delegado que conduzia o caso da menor estuprada no Rio revela por que os crimes desta natureza ficam impunes. A pressão das mulheres vira o jogo

Carla Jimenez – El País

Sai um delegado que desacredita uma vítima de 16 anos, violentada por no mínimo seis homens numa favela no Rio, mas que podem chegar a mais de 30. Entra uma delegada que se debruçou sobre o caso neste domingo, esticando o estudo de evidências recolhidas até então: o estupro coletivo está comprovado, afirmou Cristiana Bento. Pelo vídeo e pelo depoimento da adolescente. O seu antecessor no caso, Alessandro Thiers, saiu porque lhe faltou trato com a vítima, segundo o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso. Durante coletiva de imprensa sobre o caso, Veloso foi questionado se o afastamento havia ocorrido por erros que o delegado pudesse ter cometido. “Nós não fazemos pré-julgamento”, respondeu o chefe da polícia. (mais…)

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