Depois de escapar da reforma ministerial, Ricardo Salles voltou ao noticiário no final da semana em um esforço para “mostrar serviço” e, assim, aplacar as críticas à gestão desastrosa do ministério do meio ambiente (MMA). Em entrevista a Giovana Girardi no Estadão, Salles falou das conversas recentes com governos estrangeiros, em particular com o dos EUA, para destravar as negociações em torno do mercado internacional de carbono sob o Acordo de Paris e atrair recursos internacionais para o combate ao desmatamento na Amazônia.
(mais…)EUA
O tamanho do abacaxi ambiental no colo do novo embaixador brasileiro
O novo ministro de relações exteriores do Brasil, embaixador Carlos Alberto França, não terá vida fácil no comando da política externa do país. Além da urgência de destravar o acesso dos brasileiros às vacinas contra a COVID-19, o novo chanceler também terá como grande desafio nesse começo de gestão reverter o mau humor internacional com o Brasil causado pelo desmonte da política ambiental e a escalada da destruição na Amazônia sob Bolsonaro.
(mais…)A “nova ordem” e o pária mundial
Eis o legado de Ernesto Araújo: achincalhou vizinhos estratégicos. Submeteu diplomacia brasileira a posição subalterna aos EUA. Abraçou teorias conspiratórias. E, frente ao mundo em transformação, escolheu olhar a um passado desvanecido
Por Bruno Beaklini, publicado originalmente no Monitor do Oriente Médio*
Sistema Internacional em “nova ordem”
Em alguns momentos da história da humanidade, a concorrência intra-capitalista e a projeção de poder de alguns países e impérios chegou ao clímax. Uma curva ascendente gira o peso do Sistema Internacional, como se planetas começassem a girar em torno de outro eixo gravitacional. O início da década de 2020 do presente século demonstra o crescimento da Ásia, liderada pela China e secundada por Índia e Rússia. A perda da hegemonia pelos países anglo-saxões, componentes do Sistema Cinco Olhos (Estados Unidos, Grã Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia), não será por um passe de mágica. Entretanto, alguns fatores levam a esse entendimento, obrigando as demais potências mundiais, importantes países-pivôs regionais e demais membros da Assembleia Geral da ONU a anteciparem suas posições para não ficarem perdidos.
(mais…)Indígenas querem espaço em conversas Brasil-EUA sobre a Amazônia
Com a intensificação das conversas diplomáticas entre os governos Biden nos EUA e Bolsonaro no Brasil, lideranças indígenas do país querem um “canal direto” de comunicação com a Casa Branca em assuntos relacionados ao meio ambiente. Na BBC, Mariana Sanches destacou uma carta encaminhada a Biden pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) no começo do mês, na qual ela argumenta que, “para assegurar e cobrar que o Estado brasileiro volte a fazer uso de suas legislações e suas diversas agências de proteção, é essencial incluir os Povos Indígenas na mesa de negociação e elaboração de estratégias”. O documento também questiona o real compromisso do governo Bolsonaro com o combate ao desmatamento e às violações contra os direitos dos Povos Indígenas no Brasil. O objetivo do grupo é tentar realizar uma audiência com o enviado especial de Biden para o clima, John Kerry, para externar essas questões antes da cúpula climática programada para o final de abril nos EUA.
(mais…)Colonialismo interno, outra faceta da Lava Jato
Na Operação que submeteu a Petrobrás aos interesses dos EUA e golpeou a indústria brasileira, um componente crucial: o entreguismo de elites ressentidas, sem projeto nacional, e de juízes e promotores que veem o Estado como ameaça
Por Bruno Beaklini*, publicado originalmente no Monitor do Oriente Médio
Na quarta-feira, 10 de março, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um amplo discurso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). A fala do antigo líder sindical teve um marco social-democrata convicto e marcou a virada do Brasil, já com a famigerada Operação Lava Jato em curva descendente. Além da República de Curitiba já ter sido desfeita com o desmembramento da Força Tarefa do MPF, o ministro Luiz Edson Fachin admitiu a incompetência da 13ª Vara Federal para os casos contra Lula e o julgamento da suspeição do ex-juiz de Sergio Fernando Moro, com a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) estando, por enquanto, empatada em dois votos a dois. Caso o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Fernando Moro seja considerado por uma suposta conspiração com procuradores federais, toda a Lava Jato cai em descrédito. Diga-se de passagem, caso isso aconteça, já vem tarde, muito tarde.
(mais…)Acuado por críticas internacionais, Bolsonaro divulga trechos de carta de Biden com promessas de cooperação climática
Com quase quatro semanas de atraso, o Palácio do Planalto divulgou ontem (18/3) trechos de uma carta encaminhada por Joe Biden ao presidente Jair Bolsonaro. No documento, o presidente dos EUA defendeu a colaboração entre os dois países no enfrentamento à pandemia e à mudança do clima. Segundo a Secretaria de Comunicação do governo federal, Biden “enfatizou a responsabilidade comum dos dois líderes em tornar o Brasil e os EUA mais seguros, saudáveis, prósperos e sustentáveis para as gerações futuras”.
(mais…)Amazônia é central para o sucesso do Acordo de Paris, defende ex-negociador climático dos EUA
O recado não poderia ser mais claro: “É virtualmente impossível alcançar as metas do Acordo de Paris, que (…) todas as nações do mundo endossaram, sem manter a Amazônia intacta”, disse Todd Stern, ex-negociador-chefe dos EUA para o clima, durante plenária da Concertação pela Amazônia. Stern, um dos protagonistas do processo de negociação e adoção do Acordo de Paris, comentou sobre a prioridade que a Casa Branca de Joe Biden dará à questão amazônica dentro da agenda climática internacional. Ele também deu detalhes sobre o plano apresentado por um grupo de ex-negociadores para os EUA, que propõe medidas para intensificar a atuação norte-americana em favor da proteção da Floresta Amazônica. “A ciência está dizendo claramente que precisamos parar o desmatamento globalmente nesta década”, disse Stern. “O desenvolvimento descontrolado e o desmatamento ilegal na Amazônia não podem ameaçar a segurança e o bem-estar das pessoas no Brasil e no mundo”. Daniela Chiaretti deu mais detalhes no Valor.
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