O tom agressivo das manifestações recentes de Bolsonaro e outras autoridades do governo federal com relação à posse de Joe Biden como presidente dos EUA prenuncia um cenário de dificuldades no relacionamento bilateral, com a crise ambiental brasileira como pano de fundo.
(mais…)EUA
Como o ataque ao Capitólio impacta a direita, os movimentos populares e o Brasil
Analistas internacionais comentam as consequências da invasão à sede do Congresso dos EUA na última quarta (6)
Por Daniel Giovanaz, em Brasil de Fato / MST
Embora opositores aleguem que o presidente Donald Trump “cruzou o Rubicão” várias vezes, até mesmo antes de ser eleito em 2016, parte da direita estadunidense só o viu cruzar agora, após a invasão ao Capitólio, sede do Congresso dos EUA, na última quarta-feira (6).
(mais…)Biden nomeia crítico da política ambiental de Bolsonaro para cargo no Conselho de Segurança dos EUA
A menos de dez dias antes da posse, o novo governo de Joe Biden nos EUA já deixou claro que, se não houver mudanças significativas na política ambiental brasileira, o país deve ficar na “geladeira” da política externa norte-americana. Prova disso foi a nomeação de Juan Gonzalez como diretor sênior para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional dos EUA, confirmada pelo presidente-eleito na semana passada. Veterano da área de segurança internacional na gestão Obama, Gonzalez atuou na campanha de Biden e foi um dos porta-vozes mais vocais da insatisfação do Partido Democrata com o desgoverno ambiental no Brasil de Bolsonaro.
(mais…)Trump não tomará cianeto. Por Boaventura de Sousa Santos*
Trump não é Hitler, os EUA não são a Alemanha nazi, nenhum exército invasor está caminho da Casa Branca. Apesar de tudo isto, não é possível evitar uma comparação entre Trump nestes últimos dias e os últimos dias de Hitler. Hitler no seu bunker, Trump na Casa Branca. Os dois, tendo perdido o sentido da realidade, dão ordens que ninguém cumpre e, quando desobedecidos, declaram traições, e estas vão chegando até aos mais próximos e incondicionais: Himmler, no caso de Hitler, Mike Pence, no caso de Trump. Tal como Hitler se recusou a acreditar que o Exército Vermelho soviético estava a dez quilómetros do bunker, Trump recusa-se a reconhecer que perdeu as eleições. Terminam aqui as comparações. Ao contrário de Hitler, Trump não vê chegado o seu fim político e muito menos recolherá ao seu quarto para, juntamente com a mulher, Melanie Trump, ingerir cianeto, e ter os seus corpos incinerados, conforme testamento, no exterior do bunker, ou seja, nos jardins da Casa Branca. Por que não o faz?
(mais…)Richard Nixon: “Se houver uma forma de derrubar Allende, é melhor fazer isso”
Cinquenta anos depois da chegada do socialista à presidência do Chile, o Arquivo de Segurança Nacional dos EUA divulga documentos inéditos que revelam as estratégias de Washington para desestabilizá-lo
Por Rocío Montes, no El País
Cinquenta anos depois da chegada de Salvador Allende ao poder no Chile, em 3 de novembro de 1970, o Arquivo de Segurança dos EUA divulgou documentos que derrubam a versão oficial sobre o papel desempenhado pela Administração de Richard Nixon (1969-1974) contra o Governo do socialista chileno. Durante décadas, os Estados Unidos afirmaram que intervieram no país sul-americano não com a intenção de desestabilizar a Unidade Popular de Allende, e sim de apoiar os partidos de oposição como vistas a uma eleição que seria realizada em 1976. Em suma, para “preservar” a democracia e suas instituições. O próprio Henry Kissinger, então assessor de Segurança Nacional dos EUA, declarou que seu país não sabia do golpe de Estado de 1973 ―que acabou com os mil dias da via chilena para o socialismo e levou o presidente à morte― e não tinha relação com aqueles que o impulsionaram na frente interna. Os documentos liberados agora pelo organismo, porém, evidenciam uma estratégia agressiva de hostilidade e pressão.
(mais…)Os planos de Biden para a saúde dos EUA
Ele já anunciou postura oposta à de Trump para a covid: ampla testagem da população e uma rede de 100 mil pessoas para rastreamento da doença. Há dificuldades à frente, mas mudança de agenda é notável — e deixará Bolsonaro a descoberto
Em Outra Saúde
No sábado, Joe Biden atingiu os 270 votos do colégio eleitoral necessários para assegurar seu ingresso na Casa Branca. De lá para cá, o democrata já aumentou sua vantagem, e até o fechamento da newsletter, tinha 279 votos contra um estacionado Donald Trump, com 214.
(mais…)E se a direita brasileira também escorregar?
A derrota de Trump aproxima-se e Bolsonaro pode fracassar nas capitais, em 15/11. Uma nova conjuntura estará aberta. Para não desperdiçá-la, vale examinar em detalhes a relação entre governo, neofascismo e grande poder econômico
Por Graça Druck e Luiz Filgueiras*, em Outras Palavras
Mesmo antes do término das eleições de 2018 estava claro que, independentemente de quem ganhasse, havia sido construído no país um movimento político-ideológico de caráter neofascista que, embora tendo Jair Bolsonaro como símbolo e representante maior, já evidenciava certa autonomia em relação ao seu chefe.
(mais…)