E se a direita brasileira também escorregar?

A derrota de Trump aproxima-se e Bolsonaro pode fracassar nas capitais, em 15/11. Uma nova conjuntura estará aberta. Para não desperdiçá-la, vale examinar em detalhes a relação entre governo, neofascismo e grande poder econômico

Por Graça Druck e Luiz Filgueiras*, em Outras Palavras

Mesmo antes do término das eleições de 2018 estava claro que, independentemente de quem ganhasse, havia sido construído no país um movimento político-ideológico de caráter neofascista que, embora tendo Jair Bolsonaro como símbolo e representante maior, já evidenciava certa autonomia em relação ao seu chefe.

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Os EUA têm o dever de anistiar Julian Assange

A um passo de derrotar Trump e a extrema-direita, país tem um dever com o mundo: cancelar a perseguição kafkiana contra quem revelou verdades do poder. Aqui, um grande escritor relata a agonia de Assange no cárcere

John Pilger, entrevistado por Timothy Erik Ström, em seu blog | Tradução: Gabriela Leite e Simone Paz, em Outras Palavras 

John Pilger assistiu ao julgamento de extradição de Julian Assange na galeria pública da Corte Criminal Central de Londres. Foi entrevistado por Timothy Erik Ström da revista australiana “Arena”.

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Derrotar Trump e começar a virada

Nos EUA, geração que fez o Occupy, o Black Lives Matter e as Jornadas pelo Clima vai às urnas e pode ser decisiva contra ultradireita. Para muitos, está claro: eleições são só o primeiro passo. Grandes lutas contra um sistema em crise virão a seguir

Por Leanna First-Arai*, no Truthout | Tradução de Simone Paz Hernández, em Outras Palavras

Na última década, desde que estudantes de mais de cem universidades protestaram em solidariedade às manifestações do Ocuppy Wall Street, o ativismo juvenil nos Estados Unidos segue crescendo. A juventude ativista envolvida no movimento Black Lives Matter, têm desempenhado um papel fundamental nos protestos contra as mortes de negros e de outras pessoas racialmente discriminadas pela polícia, fenômeno que o The New York Times sugere como, possivelmente, o maior movimento social da história dos EUA

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Eleições nos EUA

por Elaine Tavares, em Palavras Insurgentes

Então hoje se encerra mais um show, que é com o que se parecem as eleições estadunidenses. Comícios espetaculosos, muita produção, muita grana. A forma se sobrepondo ao conteúdo. Dois partidos que são como dois irmãos siameses, duas cabeças no mesmo corpo. Pelo menos no que diz respeito à política para Nuestra América. O país tem uma política de estado para nossos países que praticamente não muda, seja quem for o presidente, desde 1823, quando uma mensagem do presidente James Monroe lapidou o que seria a “doutrina Monroe”: a América para os americanos. Com essa consigna os Estados Unidos garantiram a balcanização da América Latina, impedindo o avanço do colonialismo europeu, mas também travando a proposta generosa de Bolívar de uma Pátria Grande.  

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O contrato de vassalagem dos militares. Por José Luís Fiori

Cegueira estratégica das Forças Armadas leva-as a buscar, outra vez, submissão interesseira a Washington. Não veem que nada levarão: mudaram os tempos, a atitude e a própria força dos EUA. Só se manteve a subserviência brasileira

Por José Luís Fiori*, em Outras Palavras

Na verdade, é a insegurança generalizada e crescente
em que se debate, agoniada a humanidade de hoje,
o ópio venenoso que cria e alimenta estas hórridas visões,
capazes, entretanto, de se tornarem
uma realidade monstruosa.

Golbery do Couto e Silva
Conjuntura, Política Nacional,
o Poder Executivo & Geopolítica do Brasil

Nunca houve consenso ideológico dentro das Forças Armadas brasileiras, e sempre existiram militares que foram democratas, nacionalistas e comunistas. O mais famoso talvez tenha sido o capitão Luiz Carlos Prestes, que participou do “movimento tenentista” dos anos 20 e da “Revolta dos 18 do Forte” de Copacabana, e depois liderou – ao lado do Major Miguel Costa – a famosa Coluna que marchou pelo Brasil, durante 2 anos e 5 meses, antes de ser derrotada, defendendo a justiça social, a universalização do ensino gratuito e a adoção do voto secreto nas eleições brasileiras. E mesmo depois da Segunda Guerra Mundial, houve muitos que se opuseram aos golpes de Estado de 1954, 55, 61 e 64, e que tiveram participação importante na luta pelo monopólio estatal do petróleo e pela criação da Petrobras. Mais do que isto, sempre houve militares que defenderam a centralidade do Estado no desenvolvimento econômico e na luta contra a desigualdade social do Brasil.

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Boaventura: A Europa entre os EUA e a China

Em busca de alinhamento incondicional, EUA pressionam, chantageiam e tentam desmantelar a União Europeia. Pequim, em contrapartida, propõe mais trocas — e diz buscar diálogo e respeito à autonomia. Para onde trilhará o Velho Continente?

Por Boaventura de Sousa Santos. no Outras Palavras

As declarações do embaixador dos EUA em entrevista ao Expresso de 26 de Setembro ofendem os portugueses e violam os códigos diplomáticos [ao citado jornal, George Glass afirmou que “Portugal tem de escolher entre os aliados e os chineses”, o que indignou o país, e gerou uma réplica do presidente Marcelo Rebelo de Sousa: “em Portugal, quem decide acerca dos seus destinos são os representantes escolhidos pelos portugueses”]. Sabemos que este é o estilo agressivo de interferência nos assuntos internos de países-vassalos ou “repúblicas das bananas”. Não se imaginam declarações públicas deste tipo num país da Europa do Norte. Se houvesse tentativa de publicação, é duvidoso que algum jornal não sensacionalista a viabilizasse, exceto como publicidade paga. As declarações do embaixador têm, no entanto, um tempo e um contexto precisos.

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