A nova fase do poder imperial na América Latina

EUA amargam crise e brutais desigualdades. Para adiar “bomba-relógio”, financiam novos golpes e tentam retomar controle da região. Objetivo: derrubar governos não-alinhados e pilhar recursos como o petróleo brasileiro e o lítio boliviano

por José Álvaro de Lima Cardoso, em Outras Palavras

Os números da crise da economia mundial são impressionantes. O PIB dos EUA encolheu 32,9% no trimestre abril/maio/junho, a uma taxa anualizada. Foi a maior queda desde a Grande Depressão. Na Alemanha, motor da economia europeia, o PIB de abril a junho recuou 10,1% em relação ao trimestre anterior. É a queda trimestral mais acentuada desde 1970, quando os registros começaram a ser realizados. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o recuo do produto alemão foi de 11,7%. O PIB da China subiu 3,2% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período de 2019. No confronto com os três primeiros meses do ano, quando a economia do país parou, a alta foi de 11,5%. O crescimento chinês no segundo trimestre, baixo para o seu padrão histórico, destoa do resto do mundo. Mas a China é um ponto fora da curva, e a “fábrica do mundo”.

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As milícias nos Estados Unidos e a reação negra

por Elaine Tavares, em Palavras Insurgentes

Nos Estados Unidos são bastante comuns as milícias ou grupos paramilitares que reúnem centenas de pessoas em bandos fortemente armados para defender causas no geral relacionadas ao supremacismo branco. Como lá a compra de armas é liberada não é nada incomum dar de cara com esses grupos, vestidos a moda militar, carregando metralhadoras e fuzis de última geração. Atualmente são pelo menos 160 diferentes grupos de milícias que se auto intitulam “patriotas” em luta para que os Estados Unidos não sejam tomados por estrangeiros, negros e pobres. Eles são o braço armado de cerca de 630 outros movimentos civis que se apresentam como lutadores pelos direitos civis, o principal deles sendo o direito de andar armado. A maioria desses movimentos se diz contra o governo federal alegando que os governantes estariam vinculados a tramoias globais de ameaça à paz. Praticamente todos esses grupos têm suas raízes em organizações racistas e antissemitas, como a histórica Ku Klux Klan.

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Réquiem por uma utopia defunta. Por José Luís Fiori

Trinta anos depois de se tornarem potência imperial, EUA vão às urnas. Seu poder já não é ilimitado; a “nova ordem” que quiseram impor dissolve-se; e até a tentativa, liderada por Trump, de negar tudo o que fora dito, já parece naufragar

Outras Palavras

I’m not even here to persuade you
that the liberal international order
is necessarily all bad.
I´m just here to persuade you that it´s over

Niall Ferguson. The end of the liberal order
London: Oneworld Book, 2017, p. 6

Tudo começou na madrugada do dia 10 de novembro de 1989, quando se abriram os portões que dividiam a cidade de Berlim. Depois, como se fosse um castelo de cartas, caíram os regimes comunistas da Europa Central, dissolveu-se o Pacto de Varsóvia, reunificou-se a Alemanha, e desintegrou-se a União Soviética. E o fim da Guerra Fria foi comemorado com se fosse a vitória definitiva da “democracia”, do “livre mercado”, e de uma nova “ordem ética internacional”, orientada pela tábua dos “direitos humanos”.

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Em meio à pandemia, brasileiros indocumentados nos EUA se viram para sobreviver e evitam hospitais por medo da polícia e dos custos

Sem proteção de nenhum dos dois governos, imigrantes que perderam o emprego dependem de ajuda voluntária; outros são obrigados a trabalhar em locais atingidos pela pandemia e, se adoecem, não têm condições de pagar o tratamento

Por Laura Scofield, Agência Pública

Em 17 de janeiro, dois dias antes do primeiro caso de coronavírus ser identificado em Washington (DC), nos Estados Unidos, Elisa* saía do Brasil. Tentaria a travessia pela fronteira do México para buscar “um sonho”, mas teve seus planos barrados na cidade de El Paso; ficou presa por três meses antes de ser deportada. Só chegaria ao Brasil em 15 de maio, mais de um mês depois de os Estados Unidos se tornarem o país recordista em número de mortes. No dia em que pegou o avião que a deportaria, já eram quase 85 mil óbitos por Covid-19 nos EUA.

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Como nosso petróleo atiçou a cobiça dos EUA

Pré-sal poderia abrir grande ciclo de mudanças sociais e criar, na América do Sul, contraponto ao poder de Washington. Era preciso destroçar a aventura — por meio da Lava Jato, do golpe de 2016 e do ultraliberalismo de Bolsonaro- Guedes

por José Álvaro de Lima Cardoso, em Outras Palavras

“Em matéria de petróleo, tudo o que a nossa imaginação sugerir é pouco em face do que pode acontecer” (Getúlio Vargas, senador, ao defender o monopólio estatal de petróleo no Brasil em 1947)

The Intercept Brasil publicou, no dia 1º de julho, novos diálogos que revelam a relação íntima entre a Polícia Federal brasileira e o FBI, durante as investigações da operação Lava Jato. Fica muito evidente que a operação funcionou através de uma cooperação muito estreita com as autoridades americanas, completamente à revelia da lei. A conspiração foi dirigida contra a maior empresa da América Latina, importante motor da economia nacional, que recém tinha anunciado a maior descoberta de petróleo do milênio. Mas durante o desenrolar da operação, os EUA aproveitaram para liquidar as grandes empresas brasileiras, que concorrem (concorriam) diretamente com as empresas estadunidenses. A Odebrecht, por exemplo, teve prejuízos que superaram os R$ 6 bilhões. O setor de processamento de carnes teve também uma operação específica, Carne Fraca, impondo prejuízos bilionários às empresas do setor, o que, no caso da JBS, representou um prejuízo na casa dos bilhões.

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Como a desigualdade alimenta as mortes por covid-19. Artigo de Jefrey Sachs

“Com a falta de governos coerentes, capazes e confiáveis, que possam implementar uma resposta equitativa e sustentável à pandemia e uma estratégia para a recuperação econômica, o mundo sucumbirá a maiores ondas de instabilidade geradas por um conjunto crescente de crises globais”, escreve Jeffrey Sachs, economista norte-americano, em artigo publicado pelo jornal nicaraguense Confidencial, com tradução do Cepat.

IHU On-Line

Três países – Estados UnidosBrasil e México – respondem por quase 46% das mortes reportadas por covid19 no mundo, no entanto, possuem apenas 8,6% da população mundial. Cerca de 60% das mortes da Europa estão concentradas em três países – ItáliaEspanha e Reino Unido – que respondem por 38% da população da Europa. Houve bem menos mortes e taxas de mortalidade mais baixas na maioria dos países do norte e centro da Europa.

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Quem são os agentes do FBI que atuaram na Lava Jato

Entre policiais que têm até página no LinkedIn e outros com nomes genéricos e desconhecidos, o que se sabe sobre os 13 agentes que participaram das investigações para o governo americano em solo brasileiro

Por Natalia Viana, Rafael Neves, Agência Pública/The Intercept Brasil

São de dois tipos os agentes do FBI que atuaram na Lava Jato em solo brasileiro. Alguns são figuras públicas, dão entrevistas e aparecem cada vez mais frequentemente em eventos elogiando o trabalho da força-tarefa e dando conselhos a corporações sobre como seguir a lei americana.

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