AmeriKKKa: como se faz a insurgência

Nos EUA, as ilusões raciais da Era Obama morreram. O desemprego aflige 43 milhões. Há uma legião de superendividados. Mas, nos guetos do Império, negros e latinos estão organizados, há décadas. Protestos não começaram do nada…

por Bruno Lima Rocha*, em Outras Palavras

Em 25 de maio de 2020, George Floyd, um homem afro-americano de 46 anos de idade, foi assassinado por asfixia executada por um policial branco do Departamento de Polícia de Minneapolis (estado de Minnesota). O assassino foi o oficial de polícia Derek Chauvin, permanecendo por 8 minutos e 46 segundos sobre o pescoço da vítima. Os demais policiais, Tou Thao, J. Alexander Kueng e Thomas K. Lane foram cúmplices, sendo que Kueng ajudou a imobilizar o “suspeito”. O crime de George, tentar comprar cigarros com uma nota de 20 dólares, supostamente falsa. Para termos uma ideia de comparação, Donald Trump, o próprio, é um empresário picareta que quebrou seis vezes, entre 1991 e 2009 e “espertamente” não deixou na reta, escapando das “leis”. Com bons advogados e excelentes tributaristas, o sistema de Justiça do Império é perfeito para o andar de cima. Desde então os EUA mergulharam numa panela de pressão, começando pela própria Minneapolis, cujo estopim foi mais esse assassinato de outro homem negro. Neste artigo, faço uma modesta reflexão de contatos com as esquerdas daquele país que ainda é a potência hegemônica – embora decadente – sobre a nossa América Latina.

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George Floyd: esse não é só um caso policial

Nos EUA, “forças da lei” flagelam três vezes mais os negros. Porém, há algo mais profundo: um país com instituições carcomidas pelo racismo. Página da escravidão nunca foi virada — e ruas pedem o reconhecimento dessa dívida

por Alexandre Pereira Rocha, em Outras Palavras

A cidade americana de Minneapolis arde em chamas e protestos depois da morte de George Floyd, no âmbito de intervenção policial. Um vídeo gravado por pessoas que presenciaram a ação policial demonstra a execução dele. Os policiais envolvidos na operação foram demitidos e as autoridades pediram suas tradicionais desculpas. Não adiantou. A frieza com a qual o policial Derek Chauvin estrangulou Floyd fala mais alto do que qualquer escusa. Manifestantes tomaram as ruas, com força e violência, mas, sobretudo, com indignação frente às recorrentes injustiças direcionadas à população negra. O mesmo tem se espalhado rapidamente por outras cidades dos Estados Unidos.

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Raiva e rebeldia no coração do Império

Um ato de racismo extremo destampa a panela de pressão, reúne milhões contra Trump e põe em xeque a ultradireita. Protestos alastram-se pelo mundo – mas a resposta é crua e brutal. Nada está decidido. Dias decisivos vêm aí

Por William River Pitt, no Truthout| Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Nunca houve um fim de semana, nos Estados Unidos, como estes que acabamos de viver.

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Žižek: Morte no paraíso: violência policial, pandemia e o crime do capital

A crise atual trouxe à tona as consequências bastante materiais do abismo de classe nos Estados Unidos: não se trata apenas de uma questão de riqueza e pobreza, é também (e de maneira bastante literal) uma questão de vida e morte – tanto no que diz respeito à violência polícia quanto no que diz respeito à pandemia do novo coronavírus

Blog da Boitempo

Nosso mundo está gradualmente afundando em insanidade: ao invés de solidariedade e ação global coordenadas contra a ameaça da covid-19, estamos testemunhando não apenas a proliferação de desastres na agricultura, agravando a perspectiva de uma fome de enormes proporções (há invasões de gafanhotos registradas em áreas desde o leste da África ao Paquistão; a gripe suína esta pipocando mais forte do que nunca), como explosões de violência policial, frequentemente ignoradas pela mídia (quão pouco se lê a respeito dos confrontos, com vários feridos, na fronteira militar entre Índia e China?). Em uma era tão desesperadora com esta, é justificável querer escapar de tempos em tempos para uma boa e velha série policial enlatada, como a produção franco britânica Death in Paradise [Morte no paraíso]. Mas vivemos em uma realidade que continua a nos assombrar mesmo na ficção, de forma que mesmo lá, na fantasiosa ilha caribenha na qual a série se passa, impõem-se paralelos com a atual crise da pandemia.

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O poder e o coronavírus

por Elaine Tavares, em Palavras Insurgentes

Os Estados Unidos é tido como um dos países mais ricos do mundo, e provavelmente é. E, agora, com a explosão do coronavírus, fica bem fácil ver o porquê. No mundo capitalista a riqueza é produzida pelos trabalhadores e se concentra na mão de um número pequeno de pessoas, que são as que detêm os meios da produção. Justamente por ser assim, aqueles que são os responsáveis pela produção da riqueza, dela não podem usufruir. A eles falta educação, saúde, moradia, segurança, lazer, arte, tudo. Sua função é unicamente rodar o moinho do capital.

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A peste, o mercado, a guerra, e a triste sina brasileira. Entrevista com José Luís Fiori

por Eleonara Lucena, publicada por Tutameia, em IHU On-Line

“Nosso prognóstico político e econômico para o Brasil é muito ruim, e a situação deverá ficar ainda pior quando começarem a surgir os primeiros focos de rebeldia social inorgânica, movidos pela fome e pela miséria, que crescerão de forma geométrica no ano de 2020”. O alerta é do sociólogo e cientista político José Luís Fiori em entrevista ao Tutaméia. Professor de economia política da UFRJ, ele analisa aqui mudanças geopolíticas decorrentes da pandemia e afirma:

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Coronavírus: por que a população negra é desproporcionalmente afetada nos EUA?

Segundo especialistas, as disparidades são resultado de desigualdades estruturais que fazem com que comunidades negras no país fiquem mais suscetíveis ao contágio.

Por Alessandra Corrêa, BBC

Dados divulgados nos últimos dias por diversos estados americanos revelam uma tendência que vem preocupando – apesar de não surpreender – especialistas em saúde pública: a população negra nos Estados Unidos registra taxas desproporcionalmente altas de infecção e mortalidade pelo novo coronavírus.

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