Vítimas maiores do aquecimento global, as comunidades vão à luta. Multiplicam-se hortas comunitárias, cooperativas de reciclagem, aplicativos de alertas contra desastre e cinemas a céu aberto. Vale conhecê-los e perceber: falta, agora, a ação do Estado
Por Gizele Martins, Juliana Pinho e Clara Polycarpo, no Wikifavelas
O dia 16 de março foi escolhido, no Brasil, como o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, instituído pela Lei nº 12.533/2011. Neste contexto, e em ano de Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 no Brasil (COP30), o Dicionário de Favelas Marielle Franco traz para discussão a emergência das favelas e periferias diante das injustiças ambientais e o agravamento da crise climática. Esses territórios já são afetados pelos mais variados extremos climáticos — tragédias que afetam diretamente o funcionamento normal de uma comunidade, causando perdas materiais, danos ao ambiente e à saúde da população. Vimos isso acontecer, por exemplo, pelos extremos de chuvas torrenciais que assolaram estados como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, e por uma das maiores secas da história, que acometeu diversas regiões, do Sudeste ao Nordeste. Por ainda não sermos cidades resilientes — e nossas favelas muito menos —, as pessoas sofrem cotidianamente com essa realidade. (mais…)