A partir de sua realidade numa comunidade de Belo Horizonte, psicóloga revela o quanto a falta de escuta e de um olhar acolhedor degenera a saúde mental de uma população acostumada à marginalização
Por: João Vitor Santos, em IHU
Negra, com um sorriso largo e um belo adereço no cabelo. Quem olha Ana Maria Oliveira logo percebe que, para ela, sonhar e levar a vida com alegria é sua resistência. Moradora da comunidade Vila Mãe dos Pobres, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais, com 39 anos e quatro filhos, ela poderia ser lida como a mãe guerreira que luta na favela. Mas também poderia ser lida como a jovem que deixa os becos para entrar na faculdade de Psicologia para levar a história de sua vida a congressos e salas de aula. Pois Ana prefere viver nesse entremeio, uma psicóloga que nunca saiu da favela e quer trazer para esse lugar tudo o que aprendeu fora. “Por que não posso fazer tudo isso servindo meu povo? Afinal, essas pessoas daqui precisam ver que realizar sonhos é possível, precisam saber que é possível não só sonhar mas também realizar seus sonhos. É por isso que sigo por aqui”, explica, numa rápida chamada de vídeo pelo Instagram com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, que complementou a entrevista concedida por e-mail.
(mais…)
Ler Mais