Descolonizar escola, nova batalha de bell hooks

Sai no Brasil mais um livro de expoente do feminismo negro. Inspirada em Paulo Freire, ela propõe que educação resgate também culturas populares e articule, em luta, a alegria, amor, cumplicidade e autorrealização dos hoje subalternos

Por Ednéia Gonçalves*, em Outras Palavras**

Começar por sempre pensar no amor como
uma ação, em vez de um sentimento, é uma
forma de fazer com que qualquer um que use
a palavra dessa maneira automaticamente
assuma responsabilidade e comprometimento

bell hooks, Tudo sobre o amor

A obra de bell hooks ocupa especialíssimo espaço na formação ativista de muitas brasileiras, sobretudo as pretas, que, como eu, afetuosamente acessaram seus textos a partir das traduções e da circulação entre pares, décadas antes de sua aguardada publicação no país. Suas reflexões e seus estudos sobre raça, gênero e educação sacudiram ambientes acadêmicos e de militância negra e feminista, incitando diálogos potentes com o pensamento de intelectuais ativistas, como Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Luiza Bairros, Beatriz Nascimento, entre tantas outras que, em suas trajetórias, confrontaram a especificidade das experiências de racismo e sexismo vivenciadas pelas mulheres negras brasileiras com o alcance do ideal de justiça social tão central na face pública dos movimentos feminista e negro.

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Elogio à raiva das mulheres negras

Ela pode ser combustível para a insurgência, de uma maneira que teorias feministas não poderiam explicar. De xoxadas e bailes a pilhérias, há muitas formas de expressar entojo pelo racismo – e transformar o silêncio em linguagem e ação

Por Larissa Santiago, para a coluna Baderna Feminista

O mês de julho acabou e me vi sentada em frente ao mar de Olinda conversando com Audre Lorde em Os usos da raiva: mulheres respondendo ao racismo. Quando conheci o feminismo negro, dizia “sou mais Lorde que hooks”, afinal o horizonte do amor é mais longínquo que o da raiva, ali, palpável.

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Feminismo negro está no centro da luta anticapitalista, diz Nilma Lino Gomes

Ex-ministra dos direitos humanos considera que a esquerda só pode avançar se incorporar as lutas contra o racismo e o patriarcado

Por Camila Alvarenga, no Opera Mundi

No programa 20MINUTOS ENTREVISTA desta quarta-feira (14/07), o jornalista Breno Altman entrevistou Nilma Lino Gomes, ex-ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos durante o governo Dilma Rousseff, sobre o avanço do movimento negro no Brasil. 

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Por que é indispensável conhecer Sueli Carneiro

Lançada biografia de uma grande intelectual brasileira. Precursora do feminismo negro, inovou no exame do racismo e na luta contra ele. Filósofa, dialoga com Mbembe, Foucault, carnaval e candomblé. “Continuo preta”, orgulha-se

por Cult

Esta mulher é a minha fala
O meu segredo
Minha língua de poder
E meus mistérios.

Ana Paula Tavares, “A cabeça de Nefertiti”

À narração da trajetória de uma das fundadoras do feminismo negro no Brasil, sobrepõe-se a construção dos próprios movimentos negro e feminista no país. Com uma extensa pesquisa documental, escuta de depoimentos e 160 horas de conversas com Sueli, Bianca Santana alterna as recordações e a formação da filósofa e ativista com as mudanças na sociedade brasileira. A escrita da biografia, assim, coletiviza-se: através de uma fala de si, narra a trajetória de um coletivo.

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Silvia Federici: “Espero que esse momento impulsione uma forte mobilização de movimentos feministas”

Em entrevista à Pública, filósofa italiana fala sobre o acúmulo de trabalho para as mulheres durante a pandemia, a caça às bruxas realizada pela igreja e um novo feminismo que vê nascer

Por Andrea DiP, em Agência Pública

A filósofa, escritora e professora italiana Silvia Federici ficou conhecida no Brasil por seus livros “Calibã e a Bruxa”, “O Ponto Zero da Revolução” (Editora Elefante) e “Mulheres e Caça às Bruxas” (Editora Boitempo). Nascida na Itália e radicada nos Estados Unidos desde a década de 1960, Silvia lança agora um novo livro pela Boitempo, “O patriarcado do salário – notas sobre Marx, gênero e feminismo” que traz uma série de artigos sobre como o trabalho não remunerado das mulheres – como o doméstico e o de cuidados com a reprodução – teve e tem um papel importante na consolidação e na sustentação do sistema capitalista. Silvia também reivindica espaço para o que chama de “trabalho reprodutivo” nas pautas da esquerda como mostra esse trecho do livro: “De Lênin a Gramsci, toda a tradição da esquerda concordou com a ‘marginalidade’ do trabalho doméstico para a reprodução do capital e com a marginalidade da dona de casa para a luta revolucionária. Para a esquerda, na condição de donas de casa, as mulheres não sofrem por causa da evolução capitalista, mas pela ausência dela. Nosso problema, ao que parece, é que o capital não organizou nossas cozinhas e nossos quartos, o que gera uma dupla consequência: a de que nós aparentemente trabalhamos em um estágio pré-capitalista e a de que qualquer coisa que fazemos nesses espaços é irrelevante para a transformação social. Pela lógica, se o trabalho doméstico é externo ao capital, nossa luta nunca causará sua derrocada”.

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Vozes Feministas: Festival Internacional Anti-Imperialista

Neste sábado, 13 de março, a Jornada Internacional de Luta Anti-imperialista apresentará “Vozes Feministas: Festival Internacional Anti-imperialista”

Da Página do MST

Após um ano de uma pandemia devastadora e uma crise cada vez mais profunda, este festival será um momento de celebração de nossas lutas como mulheres e feministas de todos os cantos do mundo, com foco nas nossas conquistas e na esperança em nossa luta.

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Lélia Gonzalez: família lança acervo digital da obra e da trajetória da pensadora

Hypeness

Batizado como “Lélia Gonzalez Vive” um acervo digital da obra e da trajetória da pensadora mineira foi lançado com o objetivo de manter vivo e de popularizar o legado da ativista, antropóloga, professora, filósofa e uma das pioneiras a tratar sobre feminismo negro no Brasil a partir de uma perspectiva afro-latina-americana.

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