Cientista política argentina busca entender o protagonismo das mulheres, nas lutas atuais contra o neoliberalismo. Suas hipóteses falam da revalorização do desejo e da percepção de que politica precisa sacudir ruas, casas, fábricas e camas
Veronica Gago, entrevistada por Roxana Sandá | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras
Uma raiva de séculos envolve a América Latina e ressoa com amargura. O movimento de mulheres, lésbicas, trans e travestis levanta-se contra a caça feroz desencadeada após o golpe de Estado na Bolívia e faz frente ao aparato repressivo no Chile. São milhares de corpos acendendo fogos de rebelião para desafiar as fobias racistas e de classe, as fobias colonialistas e dominantes que cospem sobre quem luta por uma alternativa de poder feminista, antipatriarcal, antiextrativista e descolonizante. Os jovens enfrentam o maquinismo neoliberal para que não continue empobrecendo suas famílias. Enquanto se escreve este texto, a resistência já dura semanas. “A História é nossa e o futuro também”, declaram graffitis pintados na urgência.
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