História viva: assim se constroem as “Cracolândias”

Narrativa e mapas da degradação urbana, no centro de SP. Como a omissão do Estado, e mais tarde a especulação imobiliária, abandonaram uma área habitada pelos pobres; para em seguida tentar expulsá-los à força e dar lugar a obras suntuosas ou empreendimentos privados

Por Aluízio Marino, Alec Akasaka Benedusi, Renato Abramowicz Santos, Débora Ungaretti, Raquel Rolnik, no LabCidade

A persistência da cracolândia na região entre os Campos Elíseos, Santa Efigênia e Luz, há mais de três décadas, é resultado de decisões de política urbana, e não da falta delas. Por diversas vezes, ao longo da história recente, esse fragmento da cidade foi alvo de ações policiais e urbanísticas tendo em vista solucionar um processo de “degradação”, cujo sinônimo oculto é o deslocamento das elites e classes médias (suas formas de consumo e habitação) dessa área da cidade durante o processo de urbanização de São Paulo, e o rechaço de formas populares de morar e viver. (mais…)

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Rio: Quando o “mercado” é o arquiteto da cidade

Sem diálogos, vereadores planejam mercantilizar áreas ambientais, praças e parques – e permitir que especuladores violem parâmetros de construção, desde que paguem a Prefeitura. Sociedade precisa se articular contra estes retrocessos

Um manifesto do Observatório das Metrópoles

A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro colocou para votação nesta semana um pacote de emendas normativas que, no conjunto, desrespeita os parâmetros urbanísticos de construção na cidade, derruba a função social da propriedade e abre as portas para a mercantilização de praças, áreas verdes e jardins. Na ordem do dia, que começou nesta terça-feira (11 de junho), foram colocadas na pauta duas diretrizes que alteram, de forma alarmante, os parâmetros urbanísticos da cidade do Rio de Janeiro. (mais…)

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Tragédia no RS: Sem licitação, Porto Alegre contrata consultoria que gentrificou Nova Orleans no pós-Katrina

Alvarez & Marsal vai atuar gratuitamente por 60 dias, mas o plano de abordagem que desenvolveu é de cem dias – mais do que o período “grátis”.

ClimaInfo

Diante da dimensão da catástrofe climática que atinge o Rio Grande do Sul – apontada por especialistas como a maior do Brasil em extensão territorial (447 das 497 cidades gaúchas foram atingidas) e número de pessoas afetadas (mais de 2 milhões) –, é inevitável sua comparação com outro evento extremo: o furacão Katrina, que em 2005 destruiu Nova Orleans, nos Estados Unidos. A comparação vale também pelos estragos econômicos, mostra a BBC. (mais…)

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Uma resposta popular à gentrificação

Nos EUA, uma cooperativa de trabalhadores, ameaçada por altos alugueis, enfrenta a especulação de forma instigante. Em rede, e por meio de fundo solidário, compram um prédio e o transforma em moradias e comércios populares

Por Oscar Perry Abello | Tradução: Marianna Braghini, em Outras Palavras

Matt Geraghty ouviu diversas vezes corretores tentando convencê-lo acerca da gentrificação de Fruitvale, um bairro marcadamente latino em Oakland, EUA, onde vive. Ele buscava um local para abrir uma cafeteria cooperativa de propriedade de trabalhadores, juntamente com alguns outros organizadores comunitários da Baía de São Francisco.

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Gentrificação: resposta radical em Berlim

Diante da disparada dos alugueis, cresce o movimento para desapropriar 200 mil imóveis e convertê-los em habitação popular. Como esta reviravolta vai se tornando possível? De que forma pode inspirar outras cidades do mundo?

Por Lucas Hermsmeier, do Le Monde Diplomatique, em Outras Palavras

No início de março, o maior tabloide da Alemanha, Bild, proclamou: “Um espectro ronda a Alemanha, o espectro da expropriação”.

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Chamados de ‘invasores’, moradores da centenária favela Trapicheiros na Tijuca se mobilizam

por Tyler Strobl, em RioOnWatch

No início de outubro de 2018, os moradores do Trapicheiros—uma pequena favela de 52 famílias situada perto do Morro do Salgueiro na Tijuca, Zona Norte do Rio—começou a receber mensagens de assédio de estranhos na internet. Uma matéria publicada em 5 de outubro no O Globo e compartilhada pelo grupo Alerta Tijucano no Facebook viralizou e levou a pacífica comunidade às manchetes de notícias. “Quando fui ler a matéria, fiquei muito entristecido com a forma que a matéria foi lançada, sem nenhum tipo de apuração. Isso foi divulgado de uma forma tão grande, a ponto de pessoas que participam desse grupo [do Facebook] chamarem a gente de vagabundos”, relembra Ailton Gonçalves Lopes, segundo secretário da Associação de Moradores do Trapicheiros.

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