Pesquisa USP: política de branqueamento e racismo apagou parte da história negra de São Paulo

Turismo na capital não reflete a marcante presença negra em SP, apontam autores do estudo “Cidade em preto e branco”

Antonio Lupo, do Jornal da USP, no Brasil de Fato

Para um turista que venha pela primeira vez à cidade de São Paulo, descobrir os traços de uma presença negra por aqui é praticamente impossível.

Monumentos? “Aqui na cidade de São Paulo consegui identificar apenas quatro, até a conclusão de minha pesquisa, em fevereiro de 2021”, conta ao Jornal da USP a turismóloga Denise dos Santos Rodrigues, autora do estudo de mestrado Cidade em preto e branco: turismo, memória e as narrativas reivindicadas da São Paulo Negra, desenvolvido na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

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Mudanças recentes no Arquivo Nacional demonstram intenção do governo de ‘negar a história’

Pesquisadores mostram preocupação com preservação de documentos históricos

Por Vitor Nuzzi, da RBA

A recente mudança de comando no Arquivo Nacional continua preocupando a comunidade acadêmica, particularmente os pesquisadores de história, e entidades de direitos humanos. Para o ex-diretor Jaime Antunes, que comandou a entidade por duas décadas, existe uma “ação deliberada do governo de negar a história”.

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MPF denuncia comandante e médico do DOI-Codi pela morte de ex-integrante do PCB na ditadura

José Maximino foi severamente torturado por agentes da repressão e abandonado em frente de sua casa

Ministério Público Federal em São Paulo

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra Audir Santos Maciel e Harry Shibata pelo homicídio de José Maximino de Andrade Netto, ocorrido em 1975. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), Maximino tinha 62 anos e faleceu em decorrência de um infarto do miocárdio, provocado pelas intensas sessões de tortura a que foi submetido.

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Crime da ditadura brasileira é investigado na Argentina

Investigação recentemente aberta no país vizinho sobre sequestro e desaparecimento de brasileiro durante a ditadura pode incriminar militares

Por Vasconcelo Quadros, Agência Pública

Uma investigação recentemente aberta na Justiça argentina para esclarecer o sequestro e desaparecimento do brasileiro Edmur Péricles Camargo, em junho de 1971, recoloca na pauta judicial abusos e violações que o governo militarizado do presidente Jair Bolsonaro nega: a execução planejada de militantes de esquerda banidos e aprisionados através da infiltração de agentes nas organizações de esquerda durante a ditadura brasileira. O processo argentino joga luzes também sobre a forte atuação do maior de todos os espiões infiltrados, o brasileiro naturalizado uruguaio Alberto Octávio Conrado Avegno, cuja atuação no Uruguai, Argentina, Chile, Cuba e Argélia ajudou a destroçar os grupos da esquerda armada que resistiram à ditadura e está ligada à morte de mais de 70 exilados desaparecidos, entre eles Camargo. 

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Troca no Arquivo Nacional intimida servidores e ameaça acervo da ditadura, dizem especialistas

Nomeação de Bolsonaro para chefia do órgão acende alerta em entidades ligadas à memória e é alvo de investigação no MPF

Paulo Motoryn e Alex Mirkhan, no Brasil de Fato 

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou, em 24 de novembro, a abertura de uma investigação para apurar a nomeação de Ricardo Borda D’Água Braga para o cargo de diretor-geral do Arquivo Nacional, órgão federal vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, com sede no Rio de Janeiro.

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O que Audálio Dantas fez com Carolina Maria de Jesus? Por Eliane Brum

Uma opinião sobre o mais recente capítulo da história de uma das mais icônicas escritoras do Brasil e do jornalista que ela descobriu para ajudá-la a ser publicada num dos países mais racistas do mundo

No El País Brasil

Deixa eu começar a dizer de onde eu falo. Conheci Audálio Dantas (1929-2018), de corpo encarnado, tarde na minha vida. Já tinha uns 40 anos e para mim ele era só uma lenda do jornalismo. É claro que uma lenda é bastante coisa, mas nunca fui muito apegada nem às lendas nem aos heróis. A reportagem me ensinou isso, que as pessoas são “só” pessoas e é melhor para todos – e também para elas – que continuem sendo só pessoas. Audálio não andava sozinho. Quando o conheci, conheci também a pequena família que andava com ele —ou com quem andava ele. Vanira, sua mulher; Juliana, a filha mais velha; Mariana, a filha mais nova; ambas do casamento com Vanira. Sei que há ainda José e Ana, filhos mais velhos, mas só os vi de passagem. E a vó. A vó era a mãe da Vanira. Em todo evento de jornalismo ou de amigos, lá estavam os cinco, com uma alegria cheia de dentes e de abraços. Eu mesma passei a acreditar que se não estivessem no lançamento de meus livros, o livro não teria sorte, porque faltaria amor na fila. Nunca fomos íntimos, mas nos gostávamos. Mais tarde, a vó ficaria cega e depois iria embora. Mais tarde ainda, Audálio partiria, de câncer. Eu estava bem longe quando ele se foi e não puder comparecer aos rituais de despedida. Então minha saudade não tem imagem.

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Quatro momentos que contam a história da destruição das ferrovias no Brasil

Por Camilla Veras Mota, na BBC News Brasil em São Paulo

“Ponta de areia ponto final / Da Bahia-Minas estrada natural /
Que ligava Minas ao porto, ao mar / Caminho de ferro mandaram arrancar.”

Lançada em 1975, a canção Ponta de Areia, composta por Milton Nascimento e Fernando Brant, é um lamento do fim da Estrada de Ferro Bahia Minas, que ligava os 582 km entre Araçuaí (MG) e o distrito de Ponta de Areia (BA).

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