João Cândido, o marinheiro (e bordador) revoltado que a Marinha não quer ver como herói

O militar negro que se insurgiu contra os maus-tratos na Marinha ganha maior reconhecimento com uma proposta para entrar no panteão dos heróis brasileiros e protagonismo na Bienal de São Paulo

Por Naiara Galarraga Gortázar, no El País Brasil

Foi uma queda de braço extraordinária que manteve o Rio de Janeiro em suspense durante vários dias em 1910. Quatro navios militares brasileiros ancorados na Baía de Guanabara apontavam seus canhões contra a cidade, então capital brasileira, depois que os marinheiros se amotinaram clamando “Viva a liberdade, abaixo a chibata!”. O líder da revolta, João Cândido Felisberto, telegrafou um ultimato ao presidente Hermes da Fonseca. A tropa queria que os oficiais parassem de tratá-la como se os navios da Marinha fossem plantações, como se a escravidão continuasse vigente naqueles navios onde o comando era sempre branco e os marinheiros, quase todos negros. Foi um dos maiores motins navais, comparável ao do Potemkin, ocorrido pouco antes na Rússia czarista.

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O Almirante Negro e os Heróis Nacionais

Senado aprovou em outubro inclusão de João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. Após mais de cem anos, Marinha ainda a considera uma rebelião que não merece homenagem.

Por Álvaro Pereira do Nascimento, Deutsche Welle

Não me atrai a consagração de heróis ou heroínas da pátria. O herói de hoje pode ser o vilão de amanhã, haja vista as recentes imagens de monumentos derrubados por manifestantes, revoltados com o brutal assassinato de George Floyd, por um policial branco. Também temo discursos patrióticos emocionados, que procuram um inimigo a ser combatido pelos “filhos” da pátria. A história está repleta de patriotas genocidas e eles ainda estão por aí.

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A triste trajetória de Karapiru, o indígena que ‘morreu duas vezes’

“A morte, sabem bem os indígenas, não é sempre um evento único e pontual, pode acontecer várias vezes durante a vida, deixando marcas que silenciam os cantos”, reflete Vilaça em seu ensaio.

Letícia Mori, Da BBC News Brasil

O indígena Karapiru, do povo Awá Guajá, vivia relativamente isolado na região oeste do Maranhão quando um massacre promovido por invasores não-indígenas dizimou o grupo com quem ele vivia e matou sua família, em 1978.

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Quem foi Carlos Marighella, inimigo nº 1 da ditadura militar no Brasil

Há 52 anos o líder revolucionário baiano era assassinado por agentes do regime autoritário, hoje, neste 4 de novembro de 2021, Marighella tem seu legado mais vivo do que nunca

Da Página do MST

Carlos Marighella foi sobretudo um homem corajoso, caráter indissociável da prática revolucionária da qual ele foi protagonista, chegando a ser considerado o inimigo “número um” do regime autoritário.

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Ato em frente à Ancine no RJ denuncia censura ao filme Marighella e desmonte do setor cultural

O filme, dirigido por Wagner Moura, estreia nesta quinta-feira (4) nos cinemas nacionais, após dois anos de espera

Jéssica Rodrigues, Brasil de Fato

Na manhã desta quinta-feira (4), um ato organizado pelo movimento Levante Popular da Juventude reuniu militantes em frente ao prédio da Agência Nacional do Cinema (Ancine), na região central do Rio de Janeiro, com o objetivo de manifestar contra o governo Bolsonaro ao denunciar a censura ao filme Marighella e o desmonte da agência de fomento ao audiovisual. 

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