O Brasil se despede do Bolsa Família

Pesquisadores descrevem o contexto e as disputas que estavam presentes na criação do Bolsa Família, destacam a importância da sua articulação com a rede de assistência social e se mostram apreensivos sobre o programa que o substituiu

Cátia Guimarães – EPSJV/Fiocruz

Entre 2004 e 2019, o número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza no Brasil reduziu 15% e 25%, respectivamente. No período de 2004 a 2009, as residências com moradores que viviam em insegurança alimentar grave, também conhecida como fome, diminuíram de 33,3% para 29,4% na zona urbana e de 43,6% para 35,1% na área rural. A mortalidade de crianças entre zero e cinco anos reduziu em 16% entre 2006 e 2015 e o total de crianças pobres com baixa estatura nessa mesma faixa etária caiu de 14,2% para 12,7%. Em 2014, o país finalmente saiu do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso é notícia velha. A novidade é o fim do programa que, direta ou indiretamente, contribuiu para todos esses indicadores positivos e muitos outros que, ao longo dos últimos 18 anos, apontavam melhorias no desenvolvimento social do país.

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Holocausto, genocídio e ecocídio, o tripé que sustenta a desigualdade brasileira. Entrevista especial com Luiz Francisco Fernandes de Souza

Procurador federal, conhecido por sua luta contra a corrupção e por uma vida austera, defende que a renda básica universal pode ser uma alternativa para a construção de uma sociedade mais digna

Por: Ricardo Machado, em IHU

A desigualdade e a pobreza que formam a coluna vertebral que sustenta a história social do Brasil ganham corpo, carne, sangue e ossos com a população marginalizada que segue sendo vilipendiada. Embora as “Casas grandes” não tenham mudado tanto de endereço, o Estado tratou de dispersar as “senzalas”, mas manteve o estado de coisas no qual a mentalidade escravocrata sobrevive.

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Brasil de volta ao mapa da fome é o retrato do desmonte de políticas públicas. Entrevista especial com Daniel de Souza

Para ativista, a tragédia que vivem muitas famílias pela falta de comida deveria ser tratada como um crime de lesa humanidade

Por: João Vitor Santos, no IHU

Sempre que se chega ao fim e início de um ano, fazemos balanços e avaliações do que passou. No que diz respeito à proteção social, temos marcas dolorosas a recordar de 2021. O segundo ano da pandemia no Brasil foi também o ano de agudização da situação da fome, do  empobrecimento da população. Nas ruas, e com parcas assistências estatais, muitas famílias passavam fome enquanto outros se acotovelavam por cabeças de peixes, até mesmo  comprando ossos que iriam para descarte e que viraram refeições. “Quando falta comida é porque todo o resto falta”, aponta Daniel de Souza, da ONG Ação da Cidadania.

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A colcha de retalhos do Auxílio Brasil. Por Barbara Cobo

No Terapia POlítica

A substituição do Programa Bolsa Família por um novo programa social era promessa antiga de Bolsonaro que se concretizou recentemente com a instituição do Programa Auxílio Brasil. Muitas camadas podem ser avaliadas nessa substituição.

Primeiramente, é importante considerar as eleições presidenciais em 2022. Lula, principal adversário político de Bolsonaro e à frente das atuais pesquisas de intenção de voto, é o pai do Bolsa Família. O programa foi instituído no final de 2003 a partir da junção de diversos outros programas sociais então em vigor (Bolsa-Escola, Auxílio-Gás, etc.), gerando uma única estrutura de benefícios, cujo acesso passou a ser condicionado à inscrição de famílias no Cadastro Único do Governo Federal.

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Que tipo de gente somos? Por Ynaê Lopes dos Santos

Na DW

Nos últimos tempos, tem ganhado destaque nas redes sociais a palavra aporofobia, que significa pavor de pobres. Diante dessa aversão, praticada cotidianamente, pergunto: que tipo de sociedade queremos construir?.

As palavras, assim sozinhas, guardam histórias e significados. Muitas vezes, conceitos inteiros – que estruturam o mundo que conhecemos – nos são apresentados pelo mergulho naquelas poucas letras que, juntas, e há muito tempo, construíram sentidos específicos. Não por acaso, muitas vezes a etimologia nos é apresentada na nossa experiência escolar. Seja nas aulas de ciências ou biologia em que conhecemos aquele tanto de espécies de vida, cujos nomes científicos (difíceis de serem lembrados, mas que muitas vezes explicam características centrais desses seres) nada mais são do que palavras de origem grega e/ou latina. Seja nas aulas de história e sociologia, em que conceitos como democracia e república são trabalhados a partir da origem dessas palavras – o que, uma vez mais, também nos ajuda a entender os significados desses termos.

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O de cima subiu: 1% mais rico surfa na crise da covid e já acumula metade da riqueza do Brasil

O Brasil é o segundo país mais desigual da América Latina, atrás apenas do Chile

Por Caroline Oliveira, no Brasil de Fato

O de cima subiu e o de baixo desceu. Durante a pandemia do novo coronavírus a desigualdade aumentou em todo o mundo. No Brasil, 10% da parcela mais rica da sociedade detinha 58,6% da renda nacional em 2019. Hoje, concentra 59%.  

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Padre Júlio Lancellotti: “Com uma mão a gente dá o pão e com a outra a gente luta”

Sacerdote fala sobre a solidariedade no combate a fome no programa Bem Viver na TV, produção do Brasil de Fato

Redação Brasil de Fato

O agravamento da crise sanitária, social e econômica neste ano de 2021, além do total de 14,8 milhões de pessoas à procura de emprego, segundo o IBGE, colocam necessidades elementares como comida, água e gás cada vez mais distante para parte da população. 

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