Rio: Legado urbanístico dos jogos?

Por Raquel Rolnik

Na minha coluna na Rádio USP dessa semana, comentei o legado urbanístico dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro.

Muito se fala do BRT como uma das heranças positivas dos jogos. Qualquer investimento em transporte coletivo que diminua a dependência do carro é bem-vindo, mas as escolhas feitas na capital fluminense não atendem as prioridades e urgências de mobilidade da população da metrópole fluminense. (mais…)

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Cidade de Deus e a vitória de Rafaela: queremos mais ouro e menos chumbo

Juliana Portella* – RioOnWatch

A primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas Rio 2016 foi conquistada por Rafaela Silva, judoca da Cidade de Deus. Negra e favelada, apesar de todos os obstáculos, foi a primeira mulher brasileira a ser campeã mundial de judô.  Mas, infelizmente, moradores da comunidade em que Rafaela cresceu, não possuem tantos motivos assim para comemorar. A CDD é uma favela onde há carta branca para a guerra e tem vivido dias de terror. Na noite do último domingo (7), a Dona Zenilda e o Sr. Luiz Carlos, pais da Rafaela, antes de irem para a Arena Carioca 2–que fica a menos de três quilômetros da Cidade de Deus–assistir a filha ser campeã, viveram uma noite de guerra na porta de casa. (mais…)

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Justiça Global denuncia violência contra população para realização da Olimpíada

Flávia Villela – Repórter da Agência Brasil

A Organização Não Governamental (ONG) Justiça Global denunciou o Estado Brasileiro à Organização das Nações Unidas por violações de direitos humanos contra moradores de favelas e periferias da cidade do Rio de Janeiro, durante a preparação da cidade para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o que resultou no crescimento da estatística de mortos pela polícia.

Em junho, 60 dias antes da realização dos Jogos, o percentual de civis mortos pela polícia – autos de resistência – na capital fluminense, foi 104% maior em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do próprio governo do estado. Em maio, esse aumento foi de 122% em relação a maio de 2015. Entre janeiro e junho, o aumento do número de mortes provocadas por intervenções policiais foi de 16%, com cerca de 200 casos, o que equivale a uma morte a cada 24 horas. (mais…)

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Favelas, onde as Olimpíadas são uma realidade distante

Quanto mais se sobe, mais se toca no fundo. A poucos quilômetros do Maracanã, as Olimpíadas terminam, e começa outra história. Suja e desesperada. O gueto é aqui, no topo de subidas estreitas, onde chega pouca luz e nenhum sorriso. Cidade na cidade, muros de tijolos quebrados que é difícil de imaginar que sejam casas. Uma em cima da outra, sem cercas. Nem mesmo as do desespero

Alberto Caprotti – Avvenire* / IHU

Não as chamamos de “favelas”, porque, aqui, é um termo que é considerado depreciativo. Mas estas o são, para todos. No Rio, preferem dizer “comunidade”. Que não dá a ideia e simplifica o drama. Para entender, é preciso subir. Dez, vinte enormes aglomerados de casas, talvez mais. É difícil contá-las em uma megalópole que nunca termina. (mais…)

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Quantos medalhistas teríamos se não matássemos tantos jovens?, por Leonardo Sakamoto

Blog do Sakamoto

Devido ao trabalho de cientistas como Louis Pasteur, a teoria da geração espontânea caiu em desgraça e tornou-se motivo de piada. Mesmo assim, ela segue viva por quem acredita que não há relação direta entre garantir condições de vida decentes aos mais jovens e o resultado de um país em Jogos Olímpicos.

Vitórias em eventos esportivos não acontecem do nada, são parte de um processo longo de construção e planejamento. E não estou entrando na discussão sobre quais instituições deveriam contribuir para o desenvolvimento de um atleta. Mas das politicas necessárias para garantir que crianças e adolescentes pobres continuem vivos nas periferias pelo país para poderem efetivar seu potencial para o esporte. (mais…)

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E quando os comentaristas da internet assistem aos Jogos Olímpicos?, por Leonardo Sakamoto

Blog do Sakamoto

Não é de hoje que a ciência estuda a alteração no comportamento dos seres humanos quando se juntam em bando. Mais especificamente o sentimento de liberdade que brota da identidade dissolvida em uma multidão. De Hanna Arendt a Alfred E. Newman, muitos são os que se debruçaram sobre o fato de que, agregado em forma de massa, o indivíduo, nas condições certas, se torna um completo imbecil. E, como diria a Sessão da Tarde, apronta as maiores confusões.

Esses estudos ganharam novos patamares com a popularização da rede mundial de computadores. Se a fria tela de um computador, por um lado, traz uma pretensa sensação de anonimato, por outro dificulta a formação da empatia, da capacidade de reconhecer-se no outro ser humano e entender que ele possui os mesmos direitos que você demanda para si. (mais…)

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