Presidente do órgão escolheu ex-assessor de ruralista e “especialista em antropologia” para o grupo de trabalho que trabalha em região do São Francisco cogitada pelo governo para abrigar complexo nuclear
Por Rafael Oliveira, em Agência Pública
No último dia 30 de outubro, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, substituiu os integrantes de dois grupos de trabalho responsáveis por realizar a identificação de terras indígenas em Pernambuco. No lugar de antropólogos com extensa qualificação e experiência na região, Xavier escolheu profissionais afinados com sua gestão mas sem os requisitos necessários, de acordo com Ricardo Verdum, vice-coordenador da Comissão de Assuntos Indígenas da ABA. “Essas pessoas têm um curso de formação, que é montado, inclusive, para subsidiar a elaboração do que a gente chama de contra-laudos. Ou seja, na prática, para defender os interesses de pessoas que se sentem incomodadas com a demarcação de terras indígenas. Do ponto de vista da associação, mais técnico, eles não são antropólogos”, afirmou Verdum em entrevista à Agência Pública.
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