21 deputados pedem criação de grupo de trabalho para elaborar agenda legislativa contra o racismo e violência contra a população negra

A proposta é debater projetos, que já estão em trâmite, para serem votadas pelo Plenário no dia 20 de novembro de 2020, dia da Consciência Negra.

Pedro Calvi, CDHM

Os parlamentares argumentam, no requerimento 2028/2020, que o “racismo presente e persistente na sociedade brasileira, denunciado desde sempre pelos movimentos negros e outros setores políticos comprometidos com a pauta racial, tem sido confirmado, para além da dúvida razoável, em pesquisas que apontam para desvantagens como as salariais, de rendimentos e de escolaridade entre negros e brancos no Brasil, mesmo quando controlados outros fatores para além do racismo que poderiam explicar este quadro”. Em 2017, a população negra foi vítima de mais de 75% dos homicídios praticados no Brasil e, igualmente, vítimas de cerca de 75% dos assassinatos cometidos por agentes do Estado.

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Nós, mulheres negras, vamos parir uma nova cidade

Por Mônica Cunha* , Revista Fórum

A Segurança no estado do Rio de Janeiro foi tema central do debate público em 2019. De um lado, o Governador Wilson Witzel defendeu a sua política do abate, que elevou em 30% o número de pessoas mortas pelas forças policiais no estado, do outro, mães – que, assim como eu, perderam seus filhos em razão da violência policial –, parlamentares, pesquisadores e movimentos sociais passaram a denunciar o genocídio do jovem negro, que está em curso com o aval dos chefes do executivo estadual e federal.

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A economia política do extermínio: Paraisópolis e a próxima tragédia… Por Jones Manoel

Será que conseguiremos confrontar o poder burguês no Brasil sem colocar no centro da agenda política o enfrentamento ao extermínio da população negra? Como colocar no centro da cena política a questão do extermínio?

No Blog da Boitempo

Tenho uma foto do que era, na época, minha turma de segunda série. Eram dez alunos que estudavam nos fundos da Igreja Católica São Francisco de Assis, na favela da Borborema, em Recife. Das dez crianças presentes na foto, apenas dois estão vivos. Eu e mais um. Fui o único a fazer curso superior. Os outros oito morreram. Todos de forma violenta, com tiros ou facadas. Seis deles eu vi os corpos estendidos na rua, esperando o carro do IML chegar. Nas favelas e morros do Brasil, há uma estranha curiosidade mórbida por ficar olhando o corpo até ele ser recolhido. Minha mãe, na melhor das intenções, também tinha uma pedagogia um pouco macabra (costume comum a várias mães): levar o filho para ver o corpo e saber como termina quem “entra na vida errada” para tentar dissuadi-lo das “tentações do crime”.

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Nota pública do Gesta-UFMG: Terrorismo de barragem em Conceição do Mato Dentro

O GESTA-UFMG vem a público manifestar sua solidariedade aos moradores das comunidades de São José do Jassém e de Água Quente, atingidos pela barragem de rejeitos da Anglo American em Conceição do Mato Dentro-MG. Na tarde de sextafeira, 3 de janeiro de 2020, os moradores e moradoras foram aterrorizados pelo acionamento da sirene de alerta de risco de rompimento da barragem do empreendimento Minas-Rio, cuja licença para alteamento foi concedida pouco antes do Natal, no dia 20 de dezembro de 2019, pela Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Conselho de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais (COPAM), sem a devida análise técnica e social, e contrariando os princípios expressos na Lei Estadual 23291/2019, a Lei Mar de Lama Nunca Mais.  

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Negros têm 2,7 mais chances de serem mortos do que brancos, diz IBGE

255 mil pessoas negras foram mortas em seis anos, revela estudo.

por Agência Brasil / IHU On-Line

população negra tem 2,7 mais chances de ser vítima de assassinato do que os brancos. É o que revela o informativo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado nesta quarta-feira 13 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Justiça, de olhos fechados ao genocídio nas periferias

Relatórios apontam: no RJ, 90% dos “autos de resistência” — quando policiais registram morte por legítima defesa — são arquivados sem investigação. Provas são manipuladas, testemunhas ignoradas e ações legitimadas por ocorrerem em favelas

Por Felipe Betim, no El País Brasil

As ações policiais no Rio de Janeiro raramente passam pelo escrutínio das autoridades competentes, seja a Polícia Civil ou o Ministério Público, quando resultam em mortes. Ao menos três estudos e relatórios recentes indicam que mais de 90% dos autos de resistência — como são chamadas as mortes cometidas por agentes de Estado durante uma operação — não são investigados ou acabam arquivados. Trata-se de um cotidiano de impunidade que estimula toda sorte de abuso por parte dos agentes públicos. E que agora ronda o caso Ágatha Félix, a menina de oito anos que morreu baleada em 21 de setembro, no complexo de favelas do Alemão. Ela voltava para casa ao lado da mãe numa Kombi quando recebeu um tiro de fuzil nas costas.

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Uma teologia como chave para oprimidos resistirem à aspereza da vida. Entrevista especial com Ronilso Pacheco

Por: João Vitor Santos, em IHU On-Line

Para compreender as lógicas da Teologia Negra, é preciso compreender as lógicas de opressão e as formas de resistências que se configuram. Por isso, o teólogo Ronilso Pacheco vai conceituá-la como uma forma de resposta da  comunidade negra a toda opressão que sofre, inclusive no aspecto religioso. É uma aproximação da vida cotidiana de quem vive essa opressão, seja na periferia ou mesmo nos locais mais centrais que consegue acessar. “A Teologia Negra não se fecha num mundo espiritualizado e abstrato, mas considera aquilo que marca em especial a história material do povo negro”, pontua, na entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line. Para tanto, apoia-se em dois conceitos básicos: “territorialidade” e “corporalidade”.

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