Por Gabriela Moncau, Newsletter do Brasil de Fato
A cena, se fosse de um filme, pareceria forçada. Literal demais. De um lado, nhandesys (rezadoras, em guarani) no seu território ancestral retomado, balançando seus mbarakás, instrumento sagrado. Do outro, a poucos metros, fazendeiros armados com suas caminhonetes perfiladas, sob as tendas brancas de um acampamento que os indígenas afirmam ser a base de uma agromilícia. Junto deles, viaturas inertes da Força Nacional.
Os ataques e cercos de fazendeiros contra os Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul são a expressão mais crua – sem rodeios ou constrangimentos – da face atual do agrocolonialismo brasileiro. (mais…)