Junho de 2013 aconteceu, mas não teve lugar. Entrevista especial com Rodrigo Nunes

por Patricia Fachin, em IHU On-Line

“Não há nenhuma dúvida de que 2013 foi o fato político de massas mais importante do país desde as Diretas Já”. É assim que Rodrigo Nunes, professor de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, resume o significado das manifestações que aconteceram há cinco anos. Qualificar aqueles protestos desse modo, explica, não significa “fetichizá-los” ou “romantizá-los”, mas fazer justiça ao que eles representaram. “‘Fazer justiça’, para mim, quer dizer: reconhecer que uma coisa daquelas não é trivial; perceber que um novo momento político, para bem e para mal, se abre ali; e insistir que o potencial que existia ali é muito maior que todos os desdobramentos posteriores, e que não se esgotou em nenhum deles. Junho de 2013 aconteceu, mas não teve lugar; e tudo que temos vivido desde então decorre disto”, pontua. (mais…)

Ler Mais

Junho, cinco anos depois

Os ecos e significados das Jornadas na luta por saúde num país convulsionado

Por Maíra Mathias, do Outra Saúde

No dia 13 de junho de 2013, uma enquete entrou no ar. Promovida por um programa de televisão cujo principal foco são ações policiais contra “bandidos”, a pergunta lançada aos telespectadores era: “você é a favor de protesto com baderna?” Ao vivo, o apresentador José Luiz Datena tentava lidar com os números. O sim disparava, com mais do que o dobro de votos. “Eu votaria no não”, disse. “Eu não sei se as pessoas entenderam”, continuou atônito. “Será que nós formulamos mal a pergunta?” (mais…)

Ler Mais

Iniciativa reúne Projetos de Lei que colocam em risco direito de protesto no Brasil

No Pulsar Brasil

O site ‘Projetos de Lei sobre Protesto’ lançado na última semana pela Artigo 19 e Rede de Justiça Criminal aponta um dado preocupante para a sociedade civil: o direito de protesto está em risco no Brasil. As entidades mapearam 59 Projetos de Lei (PL) que restringem e criminalizam as manifestações, os movimentos sociais e os ativistas no país. (mais…)

Ler Mais

O fim do protagonismo juvenil e o retorno à ação política. Entrevista especial com Regina Magalhães de Souza

Patrícia Fachin – IHU On-Line

Nas duas últimas décadas e meia, a “ação política” foi substituída ou confundida com a “atuação social”, adverte a socióloga Regina Magalhães de Souza, na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail. A atuação social foi “colocada no lugar da ação política como se fosse ação política, aliás, como se fosse a única alternativa legítima e verdadeira de ação política. Mas ela não é ação política, uma vez que não supõe poder de decisão, nem criação, nem mudança no rumo dos eventos”, diz. (mais…)

Ler Mais

Cotidiano de exceção, por Eliane Brum

Como lutar pela democracia aprendendo sobre a tirania

No El País Brasil

O sobressalto encarnou-se nos dias. Não é mais inerente ao cotidiano, mas o próprio cotidiano. Temos vivido no Brasil (e acredito que em boa parte do mundo), aos espasmos. Um espasmo, outro espasmo, mais um espasmo. A cada noite, dormimos (ou tentamos dormir) sem saber o que acontecerá no país. Ou mesmo com qual presidente o dia terminará. Não há mais como imaginar o dia de amanhã. Às vezes, não dá para imaginar a hora seguinte. O sobressalto tece a experiência – tanto a coletiva, a maneira como estamos com os outros, como a individual, nosso modo de estar consigo mesmos. Acusamos o impacto nas nossas vísceras, o sentimos na ansiedade misturada aos goles de café, mas não somos capazes de dimensionar. É assim que a exceção vai se infiltrando nas horas – e também nas almas. E é assim também que ela mina a nossa resistência. Como persistir, então? (mais…)

Ler Mais

Assim se resiste à ofensiva conservadora

Surge em Guarulhos (SP), após ocupação da Câmara Municipal, exemplo inspirador de articulação política entre movimentos de mulheres, negros, secundaristas, artistas, skatistas e comunidade LGBT

Por Camila Sposito, no Outras Palavras

Após 11 dias de ocupação da Câmara Municipal em protesto contra a PEC 241, os manifestantes de Guarulhos decidiram desocupá-la nesta segunda-feira (31.10), de modo pacífico, consciente e vitorioso. Pela primeira vez na história da segunda cidade mais populosa de São Paulo, representantes de várias frentes de esquerda unificaram-se em torno de uma pauta comum e enfrentaram o poder institucionalizado pela mídia local e nacional e pelos coronéis da política de sua cidade para fazerem valer a sua voz. (mais…)

Ler Mais