O genocídio palestino e as palavras que matam. Por Berenice Bento

Os bárbaros decapitam bebês e estupram mulheres, diz o Ocidente. A verdade não importa: “se não fizeram, um dia farão”, afinal, não se assassina apenas corpos. Leviandade é arma de guerra para que a voz do colonizado seja grunhidos ininteligíveis

No Outras Palavras

Cena 1: Luto sem corpos?

“40 bebês são decapitados pelo Hamas.” Impossível não sentir uma corrente elétrica percorrer a espinha depois de ler essa notícia. Tentei encontrar mais informações. Nada. Poucas horas depois, escutei o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, repetindo a mesma informação. Produziu-se uma comoção global. Mas onde estão os pais dessas crianças? Onde estão os corpos? O mundo ocidental, como um rastilho de pólvora, entrou em luto imediatamente. Uma punição exemplar foi exigida. Aos poucos, a história começou a girar. Diante da impossibilidade de seguir adiante com a narrativa, a jornalista que espalhou a notícia pediu desculpas e reconheceu que não viu nenhum corpo. Confiou em uma fonte israelense e não fez o necessário trabalho de investigação. Mesmo depois de toda a história ter sido negada, de Joe Biden afirmar que, de fato, não tinha visto nenhuma foto, o luto por crianças que não existiram continuou (Veja a notícia Jornalista da CNN pede desculpas por espalhar fake news sobre “bebês decapitados” pelo Hamas). Seguiu-se justificando o massacre de Gaza pelas almas de 40 crianças que não existiram. E aqui está a eficácia simbólica máxima de uma notícia que, embora mentirosa, torna-se verdade: produzir o luto sem corpos. (mais…)

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Uma voz radical na sociedade pós-abolição. Por Vladimir Miguel Rodrigues

O jornalista e escritor Lima Barreto faleceu neste dia [01/11/2023] em 1922. Com seus textos, ele quebrou o monopólio literário dos brancos, fez de sua obra um espelho de sua realidade e denunciou a falsa abolição da escravidão que, na prática, mantém até hoje o racismo estrutural na base do capitalismo brasileiro.

Na Jacobin

O 13 de maio de 1888 não passou despercebido pelo menino Lima Barreto, que comemorava 7 anos naquele dia. Como em toda a infância, gostos, sons, símbolos formam o imaginário da criança. No caso de Lima, a semiótica tornava-se ainda mais forte pela sua cor. O garoto foi influenciado pelo famoso evento ocorrido da assinatura da Lei Áurea no Paço Imperial. Um acontecimento histórico que contou com a presença das lideranças abolicionistas. (mais…)

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“Lima Barreto é proibido no jornal!”. Por Denilson Botelho

Lima Barreto, cuja morte completa 101 anos hoje [01/11/2023], teve a publicação de seu nome proibida ao longo de décadas num dos maiores jornais do Rio de Janeiro. A perseguição ao escritor negro, que flertava com o anarquismo e o socialismo, expõem a hipocrisia da imprensa brasileira que diz defender a liberdade de expressão ao mesmo tempo em que tentam silenciar as vozes mais críticas.

Na Jacobin

O escritor cuja morte completa 101 anos neste 1º de novembro de 2023 faleceu muito precocemente, aos 41 anos de idade, em 1922, mas legou-nos muitas histórias importantes sobre sua própria vida e sobre a sociedade brasileira. (mais…)

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A filosofia precisa se pronunciar acerca do terror. Por Georgia Amitrano

Enquanto as questões conceituais se mantiverem como mero aparato de justificativa de horrores, a própria Filosofia continuará a servir para tudo, inclusive transformar assassinos em juízes

No Le Monde Diplomatique Brasil

Impossível não se sensibilizar com os atos de terror perpetrados nas últimas guerras do século XXI: Ucrânia-Rússia e a, infelizmente recente, Israel-Palestina. Diante das imagens chocantes das últimas semanas, entendo que a Filosofia deva se pronunciar. Conceitos como os de Europa, Ocidente, terror, terrorismo, colonização e o Outro como um Ser sem Ser parecem necessários para esta análise. (mais…)

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Taxar grandes fortunas pode ser uma medida antirracista. Por Ynae Lopes dos Santos

Não há país menos desigual sem redistribuição de renda. Não há aplicação de políticas públicas antirracistas efetivas que não pressuponha redistribuição de renda, afirma a colunista.

Na DW

Nesse mês de outubro, comemoramos o 35º aniversário da nossa Constituição que segue em vigor. Promulgada em 1988, a nova Constituição foi festejada de maneira ansiosa por uma parcela expressiva da população brasileira, pois marcava o fim de mais de duas décadas de ditadura militar no Brasil – período no qual uma série de direitos foram sistematicamente violados, e a democracia ficou suspensa. (mais…)

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Brasil pode convocar neste domingo Conselho da ONU em caráter de emergência. Por Jamil Chade

Do UOL

O governo brasileiro realiza consultas para convocar de forma emergencial o Conselho de Segurança da ONU diante da nova fase da guerra em Gaza. O Itamaraty recebeu um pedido do governo dos Emirados Árabes e avalia a possibilidade de que a reunião ocorra já neste domingo.

Em documentos internos, a ONU chama a situação de “inferno na Terra” e uma tentativa deliberada de Israel de impedir que ajuda humanitária chegue à vítimas.

A iniciativa diplomática ocorre um dia depois de a Assembleia Geral da ONU aprovou por ampla maioria uma resolução que pede uma trégua para a guerra. A votação ainda mostrou o isolamento dos EUA, a única potência a votar contra a proposta.

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Banco do Brasil tem 15 dias úteis para se posicionar junto ao MPF sobre ‘inquérito da escravidão’

Tania Pacheco

Um mês após notificar o Banco do Brasil (BB) quanto à instauração de um inquérito civil público para investigar a relação do banco e de seus acionistas com a escravidão, em 27 de setembro, o Ministério Federal (através da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro) reuniu-se ontem, 27/10, com representantes da instituição. Participaram também da reunião sete dos 14 historiadores que propuseram a ação ao MPF e representantes dos ministérios da Igualdade Racial e da Cidadania e Direitos Humanos e da OAB.

Segundo a PRDC, nos últimos anos vem ganhando força um movimento internacional por reparação histórica de grandes instituições que participaram da escravidão, e a iniciativa tem por objetivo “promover a reflexão sobre o tema para garantir que crimes contra a humanidade como esse jamais se repitam”. Como está dito no inquérito aberto, (mais…)

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