Polêmica: em busca da soberania perdida

A globalização está em crise. Direita deu-se conta e evoca ideia de nação que se liga a Propriedade, Privilégio e (falsa) Segurança. Esquerda demora-se, porque não enxerga as possibilidades de uma luta do povo contra o capital e suas misérias

Por Fernando Marcelino, em Outras Palavras

O historiador Eric Hobsbawn apontava que o os governos dos Estados-nações e Estados territoriais modernos apoiam-se em três presunções: primeiro que tenham mais poder do que qualquer outra unidade que opere em seus territórios; segundo, que os habitantes dos seus territórios aceitem mais ou menos de bom grado sua autoridade; e terceiro, que eles possam proporcionar aos habitantes serviços que de outra maneira não poderiam ser prestados com efetividade, como a manutenção da lei e da ordem. Por mais de duzentos anos, até o final da década de 1970, a ascensão do Estado moderno deu-se de forma contínua e independentemente da ideologia e da organização política. Nos últimos quarenta anos, a tendência se inverteu. O Estado neoliberal abandonou muitas de suas atividades diretas tradicionais. O Estado territorial perdeu o monopólio da força armada, da estabilidade e do poder. Ao minar a influência do Estado na condução da sociedade, o (neo)liberalismo passou a desmontar o aparelho estatal, privatizando suas funções para o mercado ou simplesmente retirando-o da responsabilidades antes estratégicas, como o uso legítimo da violência, política monetária e cambial, política externa, energia, infra-estrutura, indústria, serviços de saúde e educação e cultura (HOBSBAWN, 2007). (mais…)

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Venda de refinaria acentua perda de soberania, diz ex-presidente da Petrobras

No TUTAMÉIA

“No curto prazo, estamos aumentando a nossa vulnerabilidade externa. No médio prazo, se a economia voltar a crescer mais rápido, vamos ter um apagão de derivados. Do ponto de vista da segurança nacional, da segurança energética, essa nossa política é um desastre. No longo prazo, estamos condenando o nosso país à subordinação econômica e à perda de soberania num produto que é absolutamente estratégico para a segurança nacional”.

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“Bolsonaro entrega Amazônia com anuência do Congresso e Judiciário”, diz arcebispo de Rondônia

Dom Roque Paloschi fala sobre a construção do Sínodo, desmatamento ilegal, agronegócio, populações vulneráveis e soberania nacional

Redação RBA*

MAB – Vivendo de perto os conflitos sociais na Amazônia, Dom Roque Paloschi, atual arcebispo de Rondônia e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) desde 2015, é categórico em fazer um contraponto ao discurso do presidente Jair Bolsonaro sobre a Amazônia. “…não é a igreja que está internacionalizando a Amazônia, é o governo brasileiro, com o Congresso Nacional e com a anuência do judiciário… Se alguém está abrindo as portas da Amazônia para o capital internacional é este governo que está aí”, afirma.

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Vender a Eletrobras é privatizar o rio São Francisco, adverte Stédile

Presente à 21ª Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo, líder do MST chamou atenção para a soberania nacional como direito do povo ao seu território, riquezas e futuro

Na RBA

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), João Pedro Stédile, chamou atenção para o fato de que a privatização da Eletrobras traz embutida a privatização das águas de um dos mais importantes rios brasileiros. “A venda da Eletrobras prevê a venda do rio São Francisco”, alertou na tarde deste sábado (3), em participação em painel sobre soberania nacional na 21ª Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo.

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