O que vende o MBL? (II)

Grupo agora hesita: será ventríloquo de um governo deplorável? Ou praticará, como no Paraná, intimidação e violência, rompendo de vez os limites entre a fala e os atos fascistas?

Por Fran Alavina – Outras Palavras

Retomando a discussão: uma visibilidade violenta e deformada

No primeiro momento deste artigo buscou-se desnudar as relações entre a precarização do “mundo político” e do “mundo do trabalho” que abrem um horizonte histórico no qual movimentos do tipo MBL são possíveis. Tal movimento opera no registro da política como negócio, cuja “mercadoria”, não material, mas simbólica, é a satisfação dos desejos e paixões na forma de participação em um grupo que reúne indivíduos de mesma “aspiração política”. Em grupos como o MBL, este agrupamento de indivíduos não opera com determinações de classe, não representam um grupo ou setor social determinado, definido, (pelo menos aparentemente), porém, usando de termos frouxos, por isso de fácil manipulação, como o termo Livre que adjetiva o movimento, pode se difundir sem amarras. Isto é, alcançar uma maior variabilidade de público: desde aqueles que já leram um pouco sobre liberalismo e neoliberalismo até àqueles proto-fascistas que querem apenas fazer do ódio o sentido de suas aspirações políticas. Odiar em grupo parece ser melhor que odiar sozinho: eis um dos mais lucrativos mecanismos passionais do grupo. Trata-se, pois, de orientar o ódio na direção mais lucrativa. Do lado dos que odeiam não pode haver distinções, a massa que odeia tem como único liame o reconhecimento de uma paixão violenta, tal como consumidores compulsivos que independentemente dos produtos consumidos se reconhecem tão somente na vontade de consumir. (mais…)

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O que vende o MBL?

Visita crítica ao site-loja do “movimento”. Tal como no âmbito do consumismo predatório, não se oferecem produtos, mas status e visibilidade

Por Fran Alavina* – Outras Palavras

Este artigo se divide em dois momentos. No primeiro, que agora apresentamos, se faz a exposição do mundo de sentido histórico, ou melhor, de um momento em que os sentidos históricos são reduzidos, possibilitando o aparecimento de grupos como o MBL (Movimento Brasil Livre): trata-se da lógica da terceirização, que se faz de modo predatório no plano dos afetos políticos, ou seja, da precarização dos liames que sustentam o âmbito político. (mais…)

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