Religião alienada das questões sociais escraviza o povo, hoje e no passado. Quando tendências religiosas intimistas, espiritualistas, amputadoras da dimensão social do Evangelho de Jesus Cristo e desencarnadoras da fé cristã são alardeadas por líderes religiosos, sem pastores, padres ou leigos/as, levam as pessoas a cruzar os braços e apenas orar pedindo que Deus resolva de forma mágica as injustiças sociais, o que só piora a situação de injustiças reinantes. Assim, sem perceber, as pessoas alienadas religiosamente se tornam cúmplices dos processos de opressão do povo. Ao contrário, quando tendências religiosas que animam o povo a buscar na luta coletiva e comunitária a superação dos dramas e das injustiças que se abatem sobre o povo injustiçado, as lutas populares libertárias são potencializadas, pois o povo descobre que só na luta coletiva pode conquistar seus direitos. Valorizando a dimensão social do Evangelho de Jesus Cristo e a opção de Javé pelos oprimidos, a fé cristã mobiliza para lutas libertárias. Do contrário, de fato, certos tipos de expressões religiosas se transformam em ópio do povo.
(mais…)trabalho escravo
Breque no despotismo algorítmico: uberização, trabalho sob demanda e insubordinação. Por Ludmila Costhek Abílio
Eu, você e outro motoboy estamos trabalhando lá, são 8 pedidos para conseguir o bônus. Eu e você fizemos 7, o outro motoboy fez 4. Para quem eles vão jogar a entrega? Para o outro motoboy. (Mauro, motoboy há quinze anos)
A redução do motoboy a entregador sob demanda
Neste mês de julho os motoboys e os que a eles se juntam agora na categoria de entregadores alcançaram um feito histórico. Quem é motoboy há mais de seis anos sabe que sua profissão vem sendo dilacerada. Em 2012, este profissional já lidava com o viver arriscado e cheio de tensões, sob o peso das mortes e fraturas cotidianas que compõem a normalidade do cenário urbano. A discriminação era e segue sendo vivida no elevador de carga, na espera forçada na recepção, no campo de guerra do tráfego urbano. “O mesmo cara que reclama do chute no retrovisor é o que me xinga quando a pizza chega fria.” Esta era a síntese de Afrânio, que na época da entrevista completava 32 anos como motoboy e 51 de vida. “O cara esquece a chave em casa e lá vou eu buscar na chuva… ‘Pô, cê demorou hein, soubesse eu mesmo tinha ido buscar…’ ‘Amigo, sua chave não vale mais do que a minha vida’.”1
(mais…)Em meio à pandemia, indígenas são resgatados de trabalho escravo no MS
Com jornadas exaustivas, indígenas trabalhavam na colheita de mandioca sem proteção ao novo coronavírus e habitavam edículas insalubres
por Nanda Barreto, em Cimi
Vinte e quatro indígenas do povo Guarani Kaiowá foram resgatados de trabalho análogo ao escravo no dia 24 de junho, em Itaquiraí, a 410 km de Campo Grande (MS). Eles estavam submetidos à colheita de mandioca com remuneração pífia e totalmente expostos ao novo coronavírus, sem nenhum equipamento de proteção individual. Além disso, ocupavam alojamentos em condições degradantes: aglomerados, dormindo no chão e com higiene precária.
(mais…)Presidente tritura instituições a céu aberto, diz Sakamoto
Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no Tutaméia
O repúdio à agressão de Jair Bolsonaro à repórter Patrícia Campos Mello, na manhã desta terça-feira (18.02), marcou o início da entrevista de TUTAMÉIA com o jornalista e escritor LEONARDO SAKAMOTO, diretor da Repórter Brasil e conselheiro da ONU.
(mais…)Refletindo sobre o combate ao trabalho escravo na atual conjuntura do Brasil
Tempos sombrios e olhos abertos: o combate ao trabalho escravo
Os tempos são turvos, o presidente desqualifica servidores públicos envolvidos na fiscalização e a própria lei abolicionista expressa no artigo 149 do CPB, mas as fiscalizações prosseguem. O primeiro balanço do novo tempo pós governo do Partido dos Trabalhadores, lembra que com Temer a legislação sofreu alterações trabalhistas cruciais, e no período Bolsonaro é necessário manter os olhos bem abertos.
(mais…)Boaventura de Sousa Santos: “Os trabalhadores estão ficando cada vez com mais trabalho e sem direitos”
Em visita ao RS, Boaventura de Sousa Santos falou com o Brasil de Fato sobre a situação política e social do Brasil
Fabiana Reinholz e Katia Marko; Luiz Muller (Rede Soberania), no Brasil de Fato
Em uma manhã de um leve frio, depois de alguns dias de um “veranico” um tanto quanto atípico para o mês de junho porto-alegrense, o sociólogo e jurista português Boaventura de Souza Santos, das universidades de Coimbra (Portugal), de Wisconsin-Madison e de Warwick (EUA), conversou por mais de uma hora com o Brasil de Fato RS e com a Rede Soberania.
(mais…)Ruralistas do Congresso possuem terras em áreas de conflitos sociais e ambientais
Invasão de terras indígenas, devastação do ambiente e tensão com camponeses e quilombolas são marcas das regiões onde políticos mantêm propriedades; em alguns casos, identificados a partir do Mapa das Terras dos Parlamentares, eles protagonizam as disputas
Por Leonardo Fuhrmann, em De Olho nos Ruralistas
As cidades de Santa Luzia do Pará e Viseu (PA) têm mais em comum além das propriedades da família do deputado Paulo Bengtson (PTB-PA). Ambas estão numa rota de desmatamento e furto de madeira da Terra Indígena Alto Rio Guamá. A Fundação Nacional do Índio (Funai) teve de entrar na Justiça para garantir a desintrusão de brancos do território dos povos originários. Paulo Bengtson declarou no ano passado à Justiça Eleitoral uma propriedade rural em Viseu, cujo tamanho não consta na declaração.
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