Favelas, onde as Olimpíadas são uma realidade distante

Quanto mais se sobe, mais se toca no fundo. A poucos quilômetros do Maracanã, as Olimpíadas terminam, e começa outra história. Suja e desesperada. O gueto é aqui, no topo de subidas estreitas, onde chega pouca luz e nenhum sorriso. Cidade na cidade, muros de tijolos quebrados que é difícil de imaginar que sejam casas. Uma em cima da outra, sem cercas. Nem mesmo as do desespero

Alberto Caprotti – Avvenire* / IHU

Não as chamamos de “favelas”, porque, aqui, é um termo que é considerado depreciativo. Mas estas o são, para todos. No Rio, preferem dizer “comunidade”. Que não dá a ideia e simplifica o drama. Para entender, é preciso subir. Dez, vinte enormes aglomerados de casas, talvez mais. É difícil contá-las em uma megalópole que nunca termina. (mais…)

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“(In)Segurança pública e as Olimpíadas”: moradores da Maré debatem o aumento da presença militar

Ciara Long – RioOnWatch

No dia 14 de julho, o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas coordenou um debate sobre o impacto do aumento da presença policial no Complexo da Maré. Realizado no Museu da Maré, entre os palestrantes do debate estavam figuras comunitárias proeminentes da Maré, e o debate foi mediado por Gisele Tanaka, do Comitê Popular, que lembrou à platéia que apesar dos Jogos Olímpicos dependerem de gastos públicos, suas prioridades nem sempre refletem o “interesse público”.

O debate focou na interrupção de serviços básicos, inclusive educação e transporte devido a um aumento no número de operações de segurança que estão acontecendo na Maré ao longo dos últimos meses. A segurança pessoal também é um problema: relatos indicam que cidadãos ficaram no meio do fogo cruzado ou foram atingidos por balas perdidas durante operações da Polícia Militar em suas áreas de moradia. Antônio Carlos Pinto Vieira, diretor do Museu da Maré e morador local, disse: “Essa forma de presença policial que está acontecendo aqui, não é só um custo financeiro, é um custo social que vem com o sacrifício da população”. (mais…)

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No Brasil e EUA: homens negros são mortos e mulheres negras lutam contra violência policial

Stephanie Reist – RioOnWatch

Nas favelas do Rio de Janeiro, a polícia não precisa alegar que suas vítimas possuem armas para justificar as execuções extrajudiciais, em sua maioria de pobres e negros. Jhonata Dalber Matos Alves de 16 anos nascido na favela do Borel na Zona Norte do Rio foi baleado na cabeça pela Polícia Militar no dia 30 de junho por, supostamente, estar segurando uma sacola com drogas. Eles não alegaram que ele estava armado, apenas que possuía drogas. Família e amigos contestam essa alegação, e no funeral o avô de Jhonata jogou um saco de pipoca no caixão em um ato poético de desafio e luto: “Aqui estão as drogas que meu neto usou”. (mais…)

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História, cultura e mobilização em Julio Otoni

Rhona Mackay – RioOnWatch

A comunidade Julio Otoni em Santa Teresa fica em um dos vários morros do Rio que estão de frente para a Baía de Guanabara. De cima da favela, se tem uma incrível visão panorâmica do o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. A comunidade é lar de 400 famílias, mais de 2000 pessoas no total.

As primeiras famílias se instalaram na área que se tornaria a Julio Otoni nos anos 40. Os pais do líder comunitário, Sizenaldo Marinho, chegaram ali do nordeste nos anos 50, em busca de trabalho.

“Eu tenho 47 anos, eu nasci aqui na comunidade. Meus pais moram aqui há mais de 50 anos. Quando eles chegaram era uma comunidade muito pequena, só tinha 16 famílias, mas ao longo dos anos a população cresceu. Algumas famílias ampliaram suas casas e alugaram quartos para pessoas morarem. Normalmente, as pessoas que vieram para morar em quartos alugados, acabaram ficando e construindo suas próprias casas.” (mais…)

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Falta apenas um mês: segurança olímpica para quem?

Adam Talbot – RioOnWatch

Daqui a um mês, quando os Jogos Olímpicos forem oficialmente inaugurados, a cidade espera receber 10 mil atletas, 30 mil jornalistas e centenas de líderes mundiais, ao mesmo tempo em que uma platéia de cerca de 4 bilhões de pessoas em todo o mundo acompanhará pela televisão. Inevitavelmente, isso vai significar um grande foco em segurança durante o evento. O terrorismo é uma preocupação em particular e, desde o 11 de setembro de 2001, os orçamentos de segurança para Jogos Olímpicos aumentaram para níveis beirando o ridículo, com mais de 1 bilhão de dólares gastos regularmente para garantir a segurança das Olimpíadas.

Historicamente, houve apenas dois incidentes de terrorismo nos Jogos Olímpicos: o sequestro e assassinato de israelenses pelo grupo paramilitar palestino “Setembro Negro”, nos Jogos de Munique, em 1972, e em 1996, quando uma bomba foi plantada no Parque Olímpico Centennial de Atlanta por um grupo terrorista antiaborto, que esperava interromper as Olimpíadas, e acabou matando uma pessoa e ferindo mais de cem. O terrorismo, na história de 120 anos dos Jogos Olímpicos, foi responsável pela morte de 13 pessoas, em comparação com as mais de 2500 pessoas mortas pela polícia do Rio desde 2009, quando foi anunciado que o Rio seria a sede dos Jogos de 2016. (mais…)

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Periferia de São Paulo. “Polícia, crime, igreja e trabalho são esferas de vida que se interpenetram’. Entrevista especial com Gabriel Feltran

“Em São Paulo, a expansão do Primeiro Comando da Capital – PCC foi a principal responsável pela redução importante dos homicídios durante os anos 2000”, constata o sociólogo.  “Ambos os regimes – estatal e criminal – tinham pressões para baixar os homicídios – afirma. O crime foi bem mais efetivo”

Por Patricia Fachin – IHU On-Line

Apesar de a violência e o conflito marcarem a vida na periferia, uma série de contradições também fazem parte dessa realidade, diz o coordenador do grupo NaMargem – Núcleo de Pesquisas Urbanas, que estuda a gestão dos conflitos em periferias de São Paulo, Gabriel Feltran. (mais…)

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Projeto do Google coloca favelas cariocas no Maps

Gustavo Sumares – Olhar Digital

Em 16 de abril de 2010, David Bispo estava desempregado. Desde criança, ele trabalhou fazendo carretos e como pescador, mas naquele momento decidiu arriscar abrir seu próprio negócio. Em 2016, o “Bar do David” no Morro do Chapéu Mangueira, resultado de sua decisão naquele momento, está disputando a etapa nacional do concurso Comida di Buteco. Ele chegou a essa ponto graças à excelência de sua comida e atendimento, mas também com uma ajudinha do Google. (mais…)

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