Por Achille Mbembe, em entrevista a Pablo Maille no Usbek & Rica/Outras Palavras
Última pedra na construção de uma trilogia iniciada com Politiques de l’inimitié [Política da inimizade] (2016) e continuou com Brutalisme [Brutalismo] (2020), La communauté terrestre [A comunidade terrena], de Achille Mbembe, foi lançado nas livrarias no dia 16 de fevereiro pela editora La Découverte. Nesta obra densa e estimulante, o historiador camaronês, notadamente vencedor do prêmio Ernst Bloch em 2018, se propõe a mostrar “como nossa relação fundamental com a Terra só pode ser aquela do habitante e do passageiro”, apoiando-se sobretudo na “riqueza insondável” dos pensamentos animistas africanos. “É como habitante e passageiro que a Terra nos acolhe e nos abriga, que guarda os vestígios da nossa passagem, aqueles que falam em nosso nome e em memória de quem teremos sido (…) É nesse medida que ela é a última das utopias, a pedra angular de uma nova consciência planetária” – escreve o homem que no ano passado se tornou o diretor da Fundação da Inovação para a Democracia. Durante sua recente visita a Paris, pudemos perguntar a ele sobre a “abertura da imaginação” à qual ele convoca. (mais…)