“Temos medo que com acordo de Vale e Governo de Minas Gerais, crimes se repitam”, alertam comunidades em Brumadinho

Está prevista para quarta-feira (09) a assinatura do acordo de compensação pelo rompimento da barragem da Vale, que matou 272 pessoas. Comunidades atingidas não são consideradas no diálogo entre Vale e Governo de MG

por Guilherme Cavalli, em Cimi

“Como é possível que o criminoso escolha sua pena?”. Não é preciso ser jurista para compreender a inconstitucionalidade apresentada no questionamento feito por Fernanda Merces Ribeiro, afetada pelo crime da Vale no rompimento da Barragem do Córrego do Feijão. “Em Brumadinho, nós afetados pelo crime da Vale, que somos as vítimas, não estamos sendo considerados. Estão fechando o acordo sem nenhuma participação das comunidades afetadas”. O que apresenta a liderança da comunidade Tejuco, zona rural de Brumadinho, Minas Gerais, diz respeito ao acordo que a empresa mineradora Vale está construindo com o Governo de Minas Gerais.

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Gritos dos/as Atingidos/as interpelam nossa consciência. Por Gilvander Moreira*

Caso não seja cancelada, dia 09 de dezembro de 2020 acontecerá mais uma reunião no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) sobre o Acordo que a mineradora Vale está costurando com o Governo de Minas Gerais e com Instituições de Justiça (TJMG, Ministério Público de MG e Defensoria Pública de MG). Indignados/as, diante de uma série de indícios, atingidos/as estão alertando que “esse acordo, caso seja firmado, será um acordão, uma negociata, leilão dos direitos dos/as atingidos/as de toda a Bacia do Rio Paraopeba, de Brumadinho até o município de Três Marias, MG”. Tivemos que criar o Programa “Grito dos/as Atingidos/as” para ouvirmos atentamente e ecoar as legítimas, justas e necessárias reivindicações de milhares de atingidos/as. Quanto mais ouvimos os clamores, os sofrimentos e as injustiças que todo o povo e toda a biodiversidade da Bacia do Rio Paraopeba estão sofrendo, e que aumentam e se agravam cotidianamente, mais comovidos ficamos  e profundamente indignados nos sentimos com o conluio do Estado com a mineradora Vale.

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MPF vai à Justiça para suspender audiência pública virtual sobre mina da Vale no Pará

Ibama se recusou a acatar recomendação e agora Justiça vai decidir. Falta de divulgação e pandemia impedem a participação dos atingidos

MPF

Uma audiência pública sobre uma mina da Vale em Parauapebas, no Pará, está sendo realizada nesta quinta-feira (8) de maneira virtual e sem ter havido divulgação para os atingidos, principalmente moradores de áreas rurais e aldeias indígenas que sequer têm acesso a internet. Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público do Estado do Pará (MP/PA) haviam recomendado na semana passada que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), suspendesse a audiência pela impossibilidade de participação da população, mas o órgão se recusou a cumprir a recomendação. Agora, o MPF vai tratar do assunto na Justiça Federal, onde ajuizou ação civil pública pedindo a suspensão ou a nulidade da audiência pública.

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Municípios onde Vale atua têm mais trabalhadores infectados por Covid-19 em Minas

Atingidos pela mineração denunciam descaso de governo e empresas durante a pandemia; atividade definida como “essencial” expandiu contágio no Quadrilátero Ferrífero; segundo sindicato, CSN e Ferro Vale nem fazem testes

Por Ísis Medeiros, em De Olho nos Ruralistas

A pandemia do novo coronavírus atinge os territórios de forma distinta. Fatores como vulnerabilidade social, dependência em um número limitado de atividades econômicas e desigualdade racial tornam mais difícil o combate à Covid-19, impedindo que famílias e comunidades retomem suas vidas.  Na região mineira do Quadrilátero Ferrífero, um dos principais polos minerais e siderúrgicos do país, a pandemia segue a rota da mineração.

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Vítima de criminalização, professor universitário do Pará é absolvido pela segunda vez de acusação feita pela Vale

CPT Marabá, SDDH, CEPASP e Justiça nos Trilhos divulgam Nota Pública sobre a absolvição do professor Evandro Medeiros, das acusações que sofria desde 2016 pela empresa Vale. A Nota destaca que “Evandro Medeiros foi vítima de criminalização promovida pela Vale com respaldo de determinados agentes do Estado. Os processos promovidos contra ele são uma demonstração clara de como o poder econômico da Empresa influencia os órgãos de investigação e acusação na região Sudeste do Pará, onde crimes cometidos pela Empresa, geralmente não são investigados e raramente existem denúncias das ilegalidades por ela praticadas”. Confira:

CPT

Desde 2016 o professor Evandro Medeiros enfrenta uma batalha judicial contra a maior empresa de mineração do País e, pela segunda vez, foi absolvido pelo Poder Judiciário do Estado do Pará. As acusações feitas pela Vale contra ele são referentes à suposta liderança da manifestação ocorrida no dia 20 de novembro de 2015, às margens da Estrada de Ferro Carajás, entre os bairros Araguaia e Nossa Senhora Aparecida, respectivamente conhecidos como “Fanta” e “Coca-cola”, no Município de Marabá/PA. O ato público realizado por professores e alunos da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) contou com a participação da população local e teve como objetivo prestar solidariedade às famílias de um bairro de Marabá, impactadas pela obra de duplicação da Ferrovia de Carajás e, também, às comunidades impactadas pela Vale em Mariana/MG, onde ocorreu o rompimento da Barragem de Fundão no dia 05 de novembro de 2015.

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MST Semeia um projeto de vida para o Povo

A revitalização da Bacia do Rio Doce só é efetiva se for conduzida pelo povo, com um modelo antagônico ao de hoje

Por Esther Hoffmann*, Do Brasil de Fato – MG

No dia 5 de novembro de 2015, a Barragem Fundão se rompeu. Uma barragem de rejeitos de mineração da empresa Vale, localizada no município de Mariana, em Minas Gerais. Forram despejados 62 milhões de metros cúbicos de lama. Bento Rodrigues foi soterrado pela lama e 19 pessoas morreram. A lama foi para o Rio Doce, atingindo toda sua bacia em Minas Gerais e Espírito Santo.

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Tocaia da Vale contra posseiros no Pará teve bala de borracha e perseguição com drones

Seguranças da multinacional Prosegur, que presta serviços à mineradora, esperaram o amanhecer, no domingo, para atacar mulheres, crianças e idosos do Acampamento Lagoa Nova Carajás, em Parauapebas (PA); eles tentavam instalar energia elétrica

Por Yago Sales, em De Olho nos Ruralistas

Vivian Oliveira, 39 anos, perdeu a consciência quando caiu ao ouvir os primeiros disparos de balas de borracha na noite de domingo (21) quando seguranças da empresa Prosegur, que presta serviços à mineradora Vale, com rostos encobertos e sem a identificação na farda, atiravam contra um grupo de camponeses do Acampamento Lagoa Nova Carajás, no município de Parauapebas (PA). Na tentativa de fugir, ela se jogou em um matagal, onde bateu a cabeça.  Ela se lembra apenas — “tenho tumor no cérebro” — de gritos de crianças e idosos pedindo socorro enquanto três drones perseguiam quem fugisse. Caídos, agricultores eram chutados e agredidos com o cano das armas.

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