Ameaças prosseguem visando a destruição da comunidade tradicional do Cajueiro em São Luís

Por Vias de Fato

Seguindo o modo de operação da empresa WPR que, desde que começou a pleitear a construção de um megaporto privado na área onde está assentada a comunidade tradicional do Cajueiro, na capital do Maranhão, esta semana foi recheada de novos capítulos na novela que já teve ameaças a moradores e que agora chegam a defensores públicos e pesquisadores que acompanham a jornada da comunidade na batalha em defesa de seu território.

Uma apócrifa “associação de desempregados da indústria pesada” vem assinando mensagens via celular e distribuindo panfletos nas dependências da Universidade Federal do Maranhão, não apenas defendendo interesses do empreendimento – que pode riscar mais uma comunidade tradicional do mapa de São Luís como ainda aumentar a degradação ambiental na já fragilizada Ilha do Maranhão -, mas ameaçando diretamente e citando nominalmente professores que acompanham a questão, dizendo-se pronta “para o que der e vier”.

Desde que começou a demonstrar interesse pela construção do empreendimento, a WPR – subsidiária da WTorre, usou de instrumentos nada convencionais para ver cumpridos seus intentos: contratou empresa irregular de segurança para ameaçar moradores, realizou audiência nada pública para ver aprovado o projeto do porto, e conseguiu o silêncio e a falta de transparência da secretaria estadual de Meio Ambiente (tanto nos governos Roseana Sarney quanto no de Flávio Dino) na tramitação de seus pedidos de licença.

Agora, com o apoio e visibilidade que a comunidade vem obtendo junto aos demais moradores de São Luís e mesmo Brasil afora, continua a jogar pesado com ameaças, compra irregular de terrenos na área e drible às instituições, recorrendo agora à montagem de associações que lhes defenda os interesses: a exemplo dos empregos prometidos, cerca de 80% são temporários, precários e terceirizados, vendidos como promessa de “terreno no céu” em troca do apoio á morte da comunidade e do aumento da poluição na capital. Os governantes (a WTorre financiou campanhas eleitorais de políticos do grupo Sarney e promoveu eventos do atual governo maranhense) fazem vistas grossas às arbitrariedades tocadas pela empresa no solo maranhense, ou fazem de conta que atuam para limitar suas ameças, mas a WPR/WTorre sempre dá um jeito de seguir com seu modo de atuação, como agora se observa nas mensagens contra instituições e pesquisadores no Maranhão.

O caso exige resposta rápida e à altura por parte das autoridades, enquanto os antigos moradores de Cajueiro seguem em sua luta para manter seus direitos.

Enviado para Combate Racismo Ambiental por Claudio Castro.

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