Dez terreiros de candomblé dos municípios de Cachoeira e São Félix, no recôncavo baiano, serão reformados pelo governo do estado, em parceria com as prefeituras. Um termo de cooperação foi assinado na última sexta-feira (11), em Cachoeira, entre o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) e a prefeitura local.
Os serviços de reforma predial constituem a terceira ação promovida pelo Ipac para a preservação dos terreiros Aganjú Didê (conhecido como Ici Mimó), Viva Deus, Lobanekum, Lobanekum Filha, Ogodó Dey, Ilê Axé Itayle, Humpame Ayono Huntóloji e Dendezeiro Incossi Mukumbi, em Cachoeira; além de Raiz de Ayrá e Ile Axé Ogunjá, em São Félix. Eles pertencem às nações nagô, nagô-vodum, jeje-mahi e angola e possuem até 200 anos de existência.
Em 2015 os terreiros foram protegidos pelo Estado com o “registro especial”. Segundo o Ipac, esse registro vai além do tombamento, que protege apenas a estrutura física. O registro, um resultado da experiência do instituto com outros terreiros, protege também aspectos simbólicos.
O dossiê da pesquisa realizada pelo Ipac sobre os terreiros de Cachoeira e São Félix foi adaptado para um livro, lançado na Feira Literária de Cachoeira (Flica), também em 2015. Um documentário será lançado até junho.
A secretária de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Vera Lúcia Barbosa, parabenizou as ações do Ipac. “Com medidas de apoio a terreiros tombados, o Estado avança no reconhecimento do valor ancestral destes espaços e comunidades”. A Sepromi foi parceira do Ipac nas iniciativas de proteção aos terreiros.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Ney Didãn.