Em Comissões da Câmara, ruralistas derrotam conservação do Cerrado e controle de agrotóxicos

Nota: as notícias da Agência Câmara abaixo revelam mais dois exemplos de cinismo, falta de pudor e impunidade. (TP).

*

Agricultura rejeita projeto sobre conservação do Cerrado

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural rejeitou o Projeto de Lei 25/15, do deputado Sarney Filho (PV-MA), que estabelece uma série de ações para conservar a vegetação nativa e estimular o uso sustentável do Cerrado.

O relator na comissão, deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), recomendou a rejeição da matéria com o argumento de que o Brasil ainda está implementando o novo Código Florestal (Lei 12.651/12) e também o Cadastro Ambiental Rural (CAR), previsto no código.

O cadastro, obrigatório para todos os imóveis rurais, tem a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.

“Ainda estamos fazendo o cadastro ambiental rural no Brasil e já estamos remendando o código”, observou Heinze.

Parecer vencedor
O deputado Luis Carlos Heinze foi relator do parecer vencedor, uma vez que o parecer original, do deputado Carlos Henrique Gaguim (PMB-TO), pela aprovação do projeto com emendas, foi rejeitado pela comissão. O parecer de Gaguim tornou-se, então, voto em separado.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado ainda pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação, inclusive quanto ao mérito; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Mônica Thaty

*

Câmara arquiva projeto que criava sistema de controle de agrotóxicos

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados rejeitou proposta que criava um sistema de controle da produção e do consumo de agrotóxicos por meio de vigilância eletrônica e sanitária e que seria implantado em um prazo de três anos.

A medida estava prevista no Projeto de Lei 293/15, do deputado Valmir Assunção (PT-BA), que foi arquivado por ter sido rejeitado na comissão, a única de mérito que o analisou. A proposta tramitava emcaráter conclusivo.

O relator na comissão, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), recomendou a rejeição da matéria com o argumento de que o assunto já é regulado no Brasil. Ele lembrou que a Lei 7.802/89 e o Decreto 4.074/02 já tratam de controle de produção, comercialização, estocagem, autorizações de uso, registro de fabricantes, de comerciantes e de produtos e de receituário agronômico, além da divisão de competências entre União, estados e municípios.

“O Decreto 4.074/02 já instituiu o Sistema de Informações sobre Agrotóxicos (SIA), que visa ao acolhimento de dados sobre produção, comercialização e estocagem de agrotóxicos e afins”, destacou Colatto.

Também foram arquivados os projetos de lei 492/15, do deputado Jorge Solla (PT-BA), e 1005/15, do deputado Ronaldo Carletto (PP-BA), que tratavam do mesmo assunto e tramitavam em conjunto com a proposta de Valmir Assunção.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Pierre Triboli

Destaque: Colagem de Valdir Colatto, em foto de Zeca Ribeiro, e Luis Carlos Heinze, em foto de Antônio Araújo.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

quatro + dezessete =