Já são cinco os casos de mães com bebê agredidas por uso de vermelho

Em SP, uma mãe recebeu uma pedrada, na altura da criança; outra foi acuada em um supermercado; no Rio, motoqueiro disse que ia dar um tiro na mãe e na bebê

Por Alceu Luís Castilho, no Outras Palavras

São Paulo teve na semana passada dois casos em que as mães estavam vestidas de vermelho, com bebê no colo, e mesmo assim foram agredidas. Uma delas foi acuada. Outra viu uma pedra ser atirada na altura da criança. No Rio, mais um caso envolvendo a ira criminosa de fascistas. A diferença é que o próprio bebê era quem estava vestido de vermelho. (mais…)

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A ascensão do Judiciário ao poder

Por Pedro da Conceição, no Justificando

O intenso controle judicial sobre políticas públicas, as decisões de supremas cortes sobre temas morais como aborto e casamento, os atos de instrumentalização do processo penal como artifício político pelas mãos de Moro e o ridículo jogo de tira e põe acerca da nomeação de Lula como Ministro são todos fenômenos profundamente relacionados.

Uma relação profunda porque sedimentada e fomentada por anos de decantação e prática forense, a qual sempre permaneceu às sombras da política mainstream – uma relação que pode e precisa ser compreendida, mas não sem um esforço que exija de nós uma torção de pensamento. (mais…)

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A faca de Moro no pescoço do STF

Por Frederico de Almeida, no Justificando

A essa altura, parece-me desnecessário dizer que a quebra de sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Lula praticada pelo juiz Sergio Moro na semana passada é ilegal e politicamente irresponsável. Ilegal porque contraria expressamente a Lei n. 9296/96, que dispõe que gravações inúteis à investigação devem ser destruídas, e não reveladas, e porque parte delas foi obtida quando não vigia mais ordem judicial. Politicamente irresponsável porque serviu deliberadamente para inflamar os ânimos políticos em um momento de já alta e perigosa conflituosidade, e para oferecer munição de ataque de atores políticos à nomeação de Lula como ministro do governo Dilma. A justificar tanto sua ilegalidade quanto sua irresponsabilidade, Moro apela demagogicamente para um suposto e difuso “interesse público” no conhecimento do conteúdo das gravações, mesmo que elas não fornecessem indícios da prática de crimes, como o próprio magistrado admite. (mais…)

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Manifesto de todos os Governadores do Nordeste pela Democracia

Em vez de golpismos, o Brasil precisa de união

Na Adital

“Diante da decisão do Presidente da Câmara dos Deputados de abrir processo de impeachment contra a Exma Presidenta da República, Dilma Rousseff, os Governadores do Nordeste manifestam seu repúdio a essa absurda tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional.

Gerações lutaram para que tivéssemos plena democracia política, com eleições livres e periódicas, que devem ser respeitadas. (mais…)

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Entidades católicas e protestantes pedem respeito à democracia no Brasil

Por Tatiana Félix, na Adital

Diante do atual cenário de intensas manifestações e de polarização política no Brasil, instituições religiosas divulgam manifestos pedindo paz, diálogo e discernimento para a garantia do processo democrático no país. A Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM) ressalta a importância da defesa da democracia e conclama o povo a “repudiar qualquer ato de intolerância e ódio que está se espalhando sobre as nossas cidades, contra pessoas de movimentos sociais e da esquerda, por insuflar uma convulsão social e a barbárie”.

Em manifesto público, a IPDM pede que a população fique atenta às verdadeiras vias de informação e justiça e condena o vazamento seletivo de informações nos processos de investigação que envolvem suspeitos e réus de várias vertentes políticas, na Operação Lava Jato. Critica a tentativa de se fazer sensacionalismo visando a promover “um ou outro herói da nação”. (mais…)

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“Lava jato” mostra descontrole do país sobre grampos telefônicos

Por Marcos de Vasconcellos, no Consultor Jurídico

Mais de 100 horas de telefonemas de advogados com seus clientes estão indevidamente nas mãos no Ministério Público Federal. Usando o artifício de listar o número do escritório Teixeira, Martins e Advogados como se fosse de uma empresa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o MPF conseguiu que segredos e estratégias de defesa em centenas de casos chegassem às mãos dos acusadores antes de serem levadas aos tribunais. A medida foi autorizada por Sergio Moro, na operação “lava jato”. O MPF diz que foi por engano, mas silencia a respeito da destruição das conversas.

O caso não é inédito, nem isolado. A escalada da vigilância mostra como a bisbilhotagem se fantasiou de segurança pública. Em 2010, o Conselho Nacional de Justiça listava 10,5 mil interceptações telefônicas em todo o país. A então juíza auxiliar da Corregedoria do CNJ, Salise Monteiro Sanchotene, disse que o número era pequeno: “Não é nada para um país de 180 milhões de habitantes”. Sua fala foi levada a sério. Em 2013, outro levantando oficial, feito pelo Conselho Nacional do Ministério Público, mostrava já 16 mil grampos feitos só pelos MPs, sem contar os feitos só pela polícia. (mais…)

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Boaventura: Brasil ainda pode evitar o “novo” golpe

Judiciário e mídia ferem democracia. Lava Jato não é comparável a Mãos Limpas. Na raiz da crise, ilusão grosseira do PT. Guerra não está perdida, mas é preciso mudar já

Por Boaventura de Sousa Santos, em Outras Palavras

Quando, há quase trinta anos, iniciei os estudos sobre o sistema judicial em vários países, a administração da justiça era a dimensão institucional do Estado com menos visibilidade pública. A grande exceção eram os EUA devido ao papel fulcral do Tribunal Supremo nas definições das mais decisivas políticas públicas. Sendo o único órgão de soberania não eleito, tendo um caráter reativo (não podendo, em geral, mobilizar-se por iniciativa própria) e dependendo de outras instituições do Estado para fazer aplicar as suas decisões (serviços prisionais, administração pública), os tribunais tinham uma função relativamente modesta na vida orgânica da separação de poderes instaurada pelo liberalismo político moderno, e tanto assim que a função judicial era considerada apolítica. (mais…)

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