A história que se repete como tragédia

Por Marcelo Semer, em Justificando

Em Ponte dos Espiões, filme dirigido por Steven Spielberg, o personagem de Tom Hanks é um advogado bem sucedido, nomeado pelo amigo juiz para servir de defensor dativo a um espião russo, preso nos Estados Unidos no meio da Guerra Fria.

O sistema quer o advogado para mostrar a superioridade da democracia norte-americana, mas Tom Hanks logo se apercebe que só esperam dele uma participação formal. Assim que começa a exercer sua função com zelo e combatividade, propiciando defesa ao “inimigo da pátria”, é abandonado por amigos e hostilizado por populares, com o franco estímulo da mídia. Acolhendo a um dos pedidos subsidiários da defesa do espião, depois de negar vários outros, o próprio juiz cai em desgraça e é vaiado em plena Corte. (mais…)

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Um golpe e nada mais

Por Vladimir Safatle*, na Folha

A crer no andar atual da carruagem, teremos um golpe de Estado travestido de impeachment já no próximo mês. O vice-presidente conspirador já discute abertamente a nova composição de seu gabinete de “união nacional” com velhos candidatos a presidente sempre derrotados. Um ar de alfazema de República Velha paira no ar.

O presidente da Câmara, homem ilibado que o procurador-geral da República definiu singelamente como “delinquente”, apressa-se em criar uma comissão de impeachment com mais da metade de deputados indiciados a fim de afastar uma presidenta acusada de “pedaladas fiscais” em um país no qual o orçamento é uma mera carta de intenções assumida por todos. (mais…)

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Reforma política: a única saída para a corrupção revelada pela Lava-Jato

“Arrancar os frutos podres da árvore e manter suas raízes sob o esgoto não irá trazer qualquer modificação substancial. Não há futuro alvissareiro se a seiva que lhe chega à copa continuar a ser o chorume de um sistema servil aos interesses mesquinhos de uma casta de privilegiados que têm o poder de transformar o Congresso Nacional no seu covil particular de gárgulas”.

Por Gustavo Freire Barbosa, em Justificando

Em uma crônica sobre a globalização e seus efeitos no meio ambiente, Eduardo Galeano revela o que está por trás do falacioso chavão de que somos todos os grandes responsáveis pelo exaurimento dos recursos naturais do planeta. Atenta o escritor uruguaio para o fato de que a brutal maioria desses recursos é explorada pelos grandes conglomerados empresariais, desde a água usada no agronegócio baseado na monocultura extrativista voltada à exportação até o minério extraído das minas do leste do Congo, cujo comércio é intermediado por milícias que vendem matéria prima para a fabricação de produtos de alta tecnologia como laptops e aparelhos celulares. (mais…)

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