A crise política que ameaça os fundamentos da democracia no Brasil tem sua raiz na economia. As frações burguesas dominantes estão reivindicando a recomposição da taxa de lucros. Exceto parte dos bancos (que seguem vivendo uma era de ouro), da indústria voltada para a exportação e do setor de commodities, os diversos operadores do grande capital que até poucos anos atrás estavam coesos no apoio ao governo, clamam, agora, pela destituição do governo Dilma.
A nomeação de Joaquim Levy anunciava que o governo levaria adiante a agenda ortodoxa do ajuste fiscal. Mas atualmente há um consenso compartilhado por parte importante do bloco de poder de que o seu governo não possui mais condições políticas de levar adiante o referido ajuste. A saída do ministro Levy foi a senha. Desde então, o objetivo é preciso: um novo governo, construído pelo alto, deverá ter como eixo programático um ajuste fiscal de proporções gregas. A agenda do PMDB, “Uma Ponte para o Futuro” (1), sistematiza parte desse objetivo. (mais…)