Fala do fim do mundo

Por Alexandra Lucas Coelho, no Público

1. Com o Brasil a abrir brechas, uma multidão de cariocas lotou uma sala de cinema. Aconteceu num sábado de manhã, no pino do Verão. Não se tratava, pois, de fugir a pensar (para isso tinham a praia), nem propriamente de pensar, e sim de experimentar outro pensamento, como diria Eduardo Viveiros de Castro, o antropólogo que apresentou o filme. Um mês depois, e já tendo passado pelos Óscares, O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra, estreia em Portugal na próxima quinta-feira. Mas antes de tudo isto foi visto por índios que viajaram durante dias até à maloca onde seria a projecção. Maloca é a casa comunal amazônica, hoje desaparecida em muitos povos indígenas, tal como tantas línguas. O velho xamã do filme, por exemplo, é interpretado por um índio ocaina, língua que só tem 16 falantes. Mais do que um filme sobre a Amazônia, O Abraço da Serpente será um filme em que o fim do mundo fala do que tem visto. A floresta sabe que o apocalipse não é de agora. Os índios estão à nossa frente, não atrás. (mais…)

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Documentos indicam grampo ilegal e abusos de Moro na origem da Lava Jato

Por Pedro Lopes e Vinícius Segalla, do UOL, em São Paulo

Nas últimas semanas, a operação Lava Jato levantou polêmica ao divulgar conversas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a atual presidente Dilma Rousseff (PT). Os questionamentos sobre a legalidade da investigação, entretanto, surgem desde sua origem, há quase dez anos. Documentos obtidos pelo UOL apontam indícios da existência de uma prova ilegal no embrião da operação, manobras para manter a competência na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sergio Moro, e até pressão sobre prisioneiros. (mais…)

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Nota da comunidade Tekoa Pindó Poty sobre racismo na UFRGS (+ vídeo da manifestação)

Nerlei Kaingang é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!

Na última quinta feira, dia 31, comunidade universitária, movimentos e organizações sociais realizaram ato de apoio ao estudante de veterinária Nerlei Kaingang no pátio do campus central da UFRGS, no acesso secundário do prédio da Faculdade de Direito. Nerlei Kaingang foi covardemente espancado por seis ou sete estudantes desta universidade no dia 19 de março na entrada da CEU (Casa do Estudante Universitário na Av. João Pessoa em POA) aos gritos de “bugre sujo” e exclamações de “O que esse índio tá fazendo aqui?”. As violências que vitimaram Nerlei foram filmadas pela câmera de segurança e foram divulgadas na web causando comoção e revolta. O ato em apoio a Nerlei realizou uma marcha pelos prédios do campus centro e realizou uma fala em ato da universidade em prol da democracia no Salão de Atos. (mais…)

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