Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental
Os Ka’apor da Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão, devem ter visto com alívio a passagem deste fim de semana. Afinal, a invasão por madeireiros, fazendeiros, grileiros e seus jagunços não foi consumada, apesar das ameaças, intensificadas nos dias anteriores e que denunciamos sábado AQUI. Segundo informações que eles e parceiros receberam, chegou a haver reunião de bandidos (há outro nome para isso?) para escolher os alvos dos ataques: seriam aldeias localizadas nos municípios de Centro do Guilherme, Maranhãozinho, Nova Olinda do Maranhão e Zé Doca. Os Ka’apor confabularam, denunciaram, e o ataque afinal não aconteceu. E continua adiado, até este momento pelo menos.
Mas afinal o que fazem os Ka’apor para serem tão ameaçados? É simples: tomaram como sua a responsabilidade de fazer algo que órgãos públicos mantêm funcionários pagos para realizar, que é preservar o que resta da floresta Amazônica no seu território. Para buscar garantir a vida nos 530.524ha da TI Alto Turiaçu, eles criaram em 2013 um grupo ao qual chamam de Guardiões da Floresta. A esses indígenas cabe vigiar na medida do possível os caminhos, buscar acampamentos de madeireiros, evitar os incêndios criminosos, guardar, enfim, como o nome diz, a mata. (mais…)