Seduc/MA não libera alimentação para formação de professores indígenas e Funai/MA não paga colaboradores de projetos indígenas

Senhores, nós povo Kaapor da região do Alto Turiacu temos um projeto de educação, Ka’a Namõ Jumu’e Ha Katu – aprendendo com a floresta. Esse projeto orienta e acompanha a nossa educação fundamental na língua em 12 aldeias, 150 jovens e adultos indígenas na EJA Ka’apor e formação de 30 professores Ka’apor.

Realizamos nossa quarta alternâncias de estudos do nosso segundo ciclo estudo nas aldeias Zé Gurupi e Ximborenda no mês de setembro sem alimentação escolar da Seduc, nossos alunos se deslocaram por conta própria porque a Seduc não deu mais transporte escolar.

Vamos realizar nossa terceira formação de professores indígenas do nosso segundo ciclo do nosso projeto ka’a namo jumu’e ha katu – aprendendo com a floresta.

A Seduc do Maranhão nunca fez curso de formação para nosso professores indígenas.

Em 2011 iniciamos a formação de nossos professores com apoio dos irmãos do Instituto La Salle, da Universidade Federal do Pará de Bragança e alguns colaboradores.

Dez meses a Seduc do Maranhão não garantiu mais transporte escolar pra nós. Nunca construiu nenhuma escola.

Não deu material didático para nossas escolas nas aldeias e projeto de educação de jovens e adultos.

Só liberou merenda escolar essa semana depois de quatro meses porque nos ocupamos a Ure de Ze Doca.

Mas, temos 30 professores ka’apor que se reúnem de dois em dois meses para estudar e receber curso de formação dos nossos educadores formadores e outros professores voluntários das universidades que fazem nossa formação.

A diretora da escola mãe da Seduc do município de Junco do Maranhão recebeu orientações da unidade regional de educação em Zé Doca para não liberar alimentação para nosso projeto de educação de escolarização de 150 estudantes indígenas de nosso EJA Kaaapor e o curso de formação de nossos professores kaapor.

Isso é um crime. Eles tem que ser preso.

Eles não podem fazer isso com nossos estudantes e professores indígenas.

Nosso Conselho de Gestão no inicio do ano reuniu com nossa coordenação técnica local de Zé Doca quando nosso parente Itahu Kaapor estava na CLT Zé Doca e fizeram um plano de trabalho para pedir apoio da CGPC, setor da educação da Funai de Brasília para nossa formação de professores e atividades de nossa cultura.

A Funai do Maranhão recebeu o dinheiro e não pagou mais os professores colaboradores de nossa formação ha quatro meses. A gente não sabe para onde foi e eles gastaram o dinheiro que a CGPC da Funai de Brasília mandou pra pagar atividades de nossos cursos de formação e atividades em nossa alternâncias de estudo.

A gente quer que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal faça alguma coisa para prender essas pessoas que pega dinheiro nosso e gasta com outras coisas. Esse pessoal do governo que fica perseguindo a gente por causa de política de partido e não respeita nossos direitos.

A gente não vai desistir de exigir nossos direitos e fazer educação do nosso jeito.

A gente espera que a Seduc e a Funai do Maranhão respeite e cumpra com nossos direitos.

Aldeia Ximborenda, 15 de outubro de 2016.

Conselho Pedagógico do Centro de Formação Saberes Kaapor e Conselho de Gestão Kaapor.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Centro Formação Saberes Kaapor kaapor.

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