Portela emociona com alegoria que retrata tragédia de Mariana

Carnavalesco

O que era doce virou lama. A tragédia de Mariana, cidade mineira, foi muito bem retratada pela Portela na quarta alegoria “Um Rio que era Doce” da Portela. O carro era totalmente em barro e trazia esculturas de pescadores em pranto, sendo um maior em destaque no meio. O ator Alexandre Maguolo foi veio no centro deste destaque interpretando a dor dos pescadores, que não podem mais viver do rio que morreu.

Para emocionar ainda mais, a ala “O lamento do rio Doce” trazia componentes sujos de barro e com diferentes placas escritas “justiça”, “Lamento”, “morte”, “miséria” entre outras. Foi uma apresentação emocionante, que trouxe uma mensagem de protesto em rede nacional, no maior espetáculo da Terra, para falar também de como o homem pode não respeitar a beleza da água.

– O Paulo Barros procurou um bom químico para colocarmos efeito da água com o barro. É uma mensagem muito forte. O ator representa os pescadores de Mariana dentro do setor que representa as pessoas que não podem viver mais do rio que morreu – observou Fábio Pavão, um dos membros da comissão de carnaval da Portela.

A tragédia de Mariana foi um desastre de trágicas proporções no Rio Doce, que banha os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, em novembro de 2015. Uma barragem de rejeitos de mineração se rompeu e lançou uma avalanche de lama, que deixou um rastro de mortes e destruição. Carnavalizar isso, é claro, não foi fácil, mas atingiu o objetivo proposto.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Alenice Baeta.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

3 × 5 =