Fórum Social Panamazônico: Integrante do povo Gamela fala sobre massacre ocorrido em Viana (MA)

Por Agência Informativa Pulsar Brasil

Massacre. Essa é a palavra que define o ataque sofrido pelo povo indígena Gamela no último domingo (30), no Maranhão. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), já chegam a 13 o número de feridos, alguns em estado grave e com membros decepados. Até o momento não há informação de mortes. A Pulsar Brasil conversou com Rosenilde Costa, que esteve presente no VIII Fórum Social Panamazônico, no Peru.

Rosa, como é conhecida, é de origem quilombola, mas vive com o povo Gamela há quase 20 anos. Segundo ela, a origem de grande parte das terras de fazendeiros na região do município de Viana é a grilagem. Além de expulsarem os indígenas de suas terras, eles ainda incitam a violência. Na tentativa de retomada do seu território os Gamela sofrem discriminação e ataques como esse. Rosa acredita que o momento vivido no País prejudica cada vez mais os povos tradicionais e dá força aos latifundiários.

De acordo com farto material público divulgado em redes sociais e mídia, apoiadores do povo Gamela e as lideranças indígenas afirmam que o ataque foi premeditado. Eles afirmam que fazendeiros e gente de fora da região passaram o dia reunidos, fazendo churrasco e bebendo. O encontro teria sido convocado dias antes.

Rosa conta que o povo Gamela vive atualmente encurralado na beira da estrada. Ela ainda denuncia o estado do Maranhão pelo extermínio do povo pobre, negro e índio. Rosa defende ainda que o lugar do povo indígena não é nas periferias, mas sim no seu território. E por isso que os Gamela lutam.

Não é o primeiro ataque sofrido pelo povo Gamela, que luta para que a Funai (Fundação Nacional do Índio) instale um Grupo de Trabalho para a identificação e demarcação do território tradicional. Devido a morosidade, os Gamela decidiram recuperar áreas tradicionais reivindicadas. Em 2015, um ataque a tiros foi realizado contra uma destas áreas. Em 26 de agosto de 2016, três homens armados e com coletes à prova de bala invadiram outra área e foram expulsos pelos Gamela, que mesmo sob a mira de armas de fogo os afastaram da comunidade. O povo Gamela continua em risco e teme por novos ataques.

Áudios:

*Com informações do Cimi

Comments (2)

  1. Eu imaginei que a carta capital iria publicar algo verídico, mas pelo visto copiou texto dos blogs “fracos”! Vamos lá…cartacapital …não houve barbárie…a população cansada de ameaças e invasões a pequenos lotes de terra de propriedade de lavradores ( pequenos agricultores familiares) juntou-se para negociar e “fazer pressão” para que estes supostos índios saissem de uma propriedade na qual eles faziam reféns 2 idosos…aproveito para informar que estes gamelas estavam armados com armas brancas e armas de fogo…e dispararam contra a população. Há vários moradores locais com balas de chumbo alojados no corpo. Vocês sabiam disso? Pelo visto não…só estão preocupados com sensasionalismo!

  2. Infelizmente temos visto como há injustiça. Ninguém fala do povo…famílias trabalhadoras da região que tem sido ameaçadas pelos tais índios…Cadê a Justiça?…

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