A fúria do preconceito ainda encontra muito espaço num país que desconhece sua história. Para o ex-secretário Rogério Sottili, o Brasil vive um momento que precisa enfrentar, para ficar melhor
Day: 9 de julho de 2017
Sobre comportamentos técnicos de heróis e políticos de “inimigos do Brasil”
Por Eugênio Aragão, no GGN
Até há pouco era assim: criticar a Lava-Jato era atitude política, participar do golpe fingindo que as instituições estavam a funcionar era técnico. Agora, é difícil definir se ter náuseas e ânsia de vômito é técnico ou político. O momento é oportuno para produzir clareza sobre a obtusidade dessa ideológica distinção entre o técnico e o político. É evidente que o primeiro se subordina ao segundo e acaba tudo por ser político. (mais…)
O impeachment de Gilmar Mendes ou A notícia que ainda não houve
Por Patricia Bandeira de Melo e João Feres Júnior, no Manchetômetro
No dia 14 de junho de 2017, um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, foi protocolado no Senado Federal. Motivo alegado na petição: sua atuação político-partidária dentro da mais alta corte brasileira. A iniciativa foi tomada depois da divulgação, em maio, de uma ligação telefônica gravada entre o ministro e o senador afastado do PSDB, Aécio Neves. Sempre polêmico em suas decisões e pronunciamentos, o ministro nunca foi alvo da imprensa brasileira da forma como deveria, mesmo tendo sido o primeiro a quebrar uma tradição dentro do Senado, a de ser indicado por unanimidade – Gilmar recebeu 14 votos contrários à sua nomeação para o STF em 2002. (mais…)
USP adere ao sistema de cotas raciais, mas racismo ainda é determinante na academia
Por Ronilso Pacheco, no The Intercept Brasil
Conselho da USP (Universidade de São Paulo) aceitou a instituição de cotas sociais e raciais para o seu concorridíssimo vestibular a partir de 2018 na última terça-feira(4). A repercussão da notícia, tanto nas redes sociais, quanto nos sites, dá a dimensão da importância de uma instituição como a USP se incluir entre as universidades públicas que reconhecem a necessidade de instrumentos que possibilitem o acesso e a reparação, via sistema de cotas raciais, das desigualdades que distanciam, sobretudo, jovens negros e negras, das mais importantes universidades do país. (mais…)
MPE investiga “compra” de faculdade fundada por ministro do STF pelo Estado
Segundo promotor, Unemat deveria ter participado do processo, que foi conduzido pela Secretaria de Administração
Na Folhamax
O Ministério Público Estadual (MP-MT) instaurou inquérito para investigar a incorporação da União de Ensino Superior de Diamantino (Uned), faculdade particular fundada pela família do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, à Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). O negócio ocorreu em 2013, durante a gestão Silval Barbosa (PMDB). (mais…)
Geddel é caso de impunidade mais assombroso de nosso tempo, por Janio de Freitas
Na Folha
Depois de tudo o que Geddel Vieira Lima fez para ser agora definido como “criminoso em série”, é até afrontoso com o próprio Ministério Público, com a Polícia Federal e a Justiça que sua prisão seja por uma dúzia de telefonemas quase ingênuos. (mais…)
#SomosTodosJuízes
Por Rubens Casara, no Justificando
1 – Apresentação do Problema
Era uma vez, um tempo em que o brasileiro se orgulhava de conhecer como ninguém a beleza, as estratégias e os segredos do futebol. Esse tempo passou, talvez em razão da transformação dos campeonatos brasileiros em mercadoria (e de qualidade ruim), talvez diante da ferida narcísica provocada pela derrota para a Alemanha na última Copa do Mundo. Hoje, abandonada a sensação de que todo brasileiro entende de futebol, o Brasil tornou-se a pátria dos juízes. Os duzentos milhões de técnicos de futebol tornaram-se duzentos milhões de especialistas em direito, duzentos milhões de juízes prontos para julgar com celeridade fatos e pessoas. Todos se sentem habilitados a julgar e, enquanto isso, os juízes profissionais, aqueles concursados ou indicados para exercer a jurisdição estatal, tornaram-se protagonistas da vida política brasileira (alguns falam em efeito colateral do ativismo judicial, outros em hegemonia do “partido da justiça”). (mais…)