A palavra se tornou uma arma retórica, mas ela nomeia adequadamente a ideologia de nossa era – uma ideologia que venera o mercado e afasta as coisas que nos torna humanos
Por Stephan Metcalf – Voyager
No verão passado, pesquisadores do FMI chegaram ao consenso de uma longa e amarga contenda e debate sobre o “neoliberalismo”: eles admitiram que ele existe. Três economistas sênior do FMI, uma organização não conhecida por seus descuidos, publicou um artigo questionando os benefícios do neoliberalismo. Ao fazê-lo, eles colocaram por terra que a palavra não era nada mais que uma gíria política ou um termo sem nenhum peso analítico. O estudo, gentilmente, acusou uma “agenda neoliberal” de estar desregulando economias ao redor do mundo, por forçar a abertura de mercados nacionais para negócios e capital e por obrigar que governos se encolham através de pacotes de austeridade ou privatizações. Os autores citaram evidências estatísticas da disseminação das políticas neoliberais desde os anos 1980 e sua correlação com o crescimento anêmico, ciclos de boom-and-bust [crescimento rápido, seguido de graves crises ou crash] e desigualdade. (mais…)
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